Uniformitarismo

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O uniformitarismo é um princípio orientador da ciência das origens que foi derivado em contraste com o catastrofismo. A visão argumenta que os mesmos processos que operam no universo agora sempre operaram no universo no passado, e nas mesmas taxas; e que as mesmas leis da física se aplicam a todos os lugares do universo. Um uniformitarista é aquele que acredita nos princípios ou em qualquer número de aspectos e/ou pressupostos da filosofia do uniformitarismo.

O uniformitarismo é um elemento importante da geologia moderna, visto que é praticado por evolucionistas e abraça a ideia de tempo profundo e de uma terra antiga. Menos bem estimado é sua importância como um elemento na Astronomia, em que ela também assume tempos longos para o universo inteiro. O uniformitarismo está baseado na filosofia do naturalismo e foi promovido no livro "Teoria da Terra", de James Hutton, e posteriormente expandido por Charles Lyell, em sua série em três volumes "Princípios de Geologia", publicada primeiramente entre 1830 e 1833. Charles Darwin levou os livros de Lyell a bordo do navio HMS Beagle. Durante essa viagem, os trabalhos de Lyell informaram o pensamento de Darwin sobre a mudança biológica lenta conhecida como gradualismo.

A interpretação dos estratos geológicos é um ponto central de debate entre os campos da criação e da evolução. Criacionistas acreditam que o registro fóssil representa os tempos relativos de morte dos organismos durante o dilúvio global, enquanto os evolucionistas acreditam que ele descreve centenas de milhões de anos de evolução na terra. O dilúvio bíblico foi na verdade uma interpretação de longa data de formações geológicas até geólogos como Charles Lyell começarem a argumentar que a terra havia sido modelada por forças lentas e graduais atuando ao longo de uma vasta escala de tempo.

A palavra uniformitarismo é definida pelo Glossary of Geology ("Glossário de Geologia") como

o princípio ou doutrina fundamental de que processos geológicos e leis naturais que estão operando agora para modificar a crosta da Terra atuaram da mesma forma regular e com essencialmente a mesma intensidade ao longo do tempo geológico, e de que eventos geológicos passados podem ser explicados por fenômenos e forças observáveis hoje.[1]

Uniformitarismo Lyelliano

História

Charles Lyell, de acordo com a Universidade da Califórnia em Berkeley, inventou o uniformitarismo porque ele queria evitar as implicações sobrenaturais da Bíblia. Frustrado porque seu mentor, William Buckland, estava usando a então prevalecente teoria do catastrofismo para apoiar a Bíblia, Lyell se voltou para as ideias de um fazendeiro escocês, James Hutton, que nos anos de 1790 havia argumentado contra catástrofes em favor de processos físicos lentos e graduais. Lyell atravessou a Europa, buscando evidências para sua nova teoria. O uniformitarismo influenciou grandemente a teoria da evolução de Charles Darwin, mas hoje nós sabemos que as suposições básicas no cerne do uniformitarismo são falhas, uma vez que os cientistas reconhecem que catástrofes em massa aconteceram sim no passado, e não apenas processos uniformes.

O 'Catastrofismo', como esta escola de pensamento veio a ser conhecida, foi atacado em 1830 por um advogado britânico tornado geólogo chamado Charles Lyell (1797-1875). Lyell iniciou sua carreira estudando sob o catastrofista William Buckland em Oxford. Mas Lyell ficou desencantado com Buckland quando Buckland tentou ligar o catastrofismo à Bíblia, buscando evidência de que a catástrofe mais recente havia na verdade sido o dilúvio de Noé. Lyell queria encontrar uma maneira de fazer a geologia uma verdadeira ciência própria, construída sobre a observação e não suscetível a especulações selvagens ou dependente do sobrenatural... Lyell teve um efeito igualmente profundo no nosso entendimento da história da vida. Ele influenciou Darwin tão profundamente que Darwin visionou a evolução como um tipo de uniformitarianismo biológico. A evolução aconteceu de uma geração à seguinte na frente dos nossos próprios olhos, ele argumentou, mas funcionou muito lentamente para nós percebermos.[2]

O impacto do uniformitarismo

Lyell defendeu a uniformidade de taxa e de estado não pela lógica mas com retórica — ele confundiu essas hipóteses controversas sobre a natureza das coisas com o axioma filosófico que todos os cientistas aceitam, tentando assim assegurar um status a priori para as suas hipóteses. Ele argumentou que as reivindicações do catastrofismo não eram inteligíveis em princípio porque todos os cientistas aceitam as uniformidades de leis e de processos, tacitamente incluindo seus conceitos de gradualismo. Foi a sua retórica como advogado, ao invés da validade de suas alegações, que venceu a controvérsia com os catastrofistas do seu tempo. E houve um efeito deletério na geologia desde então.

Stephen J. Gould disse:

O gradualismo de Lyell atuou como um conjunto de antolhos, canalizando hipóteses em uma direção, entre uma gama ampla de alternativas plausíveis. Seus efeitos restritivos foram particularmente severos para os geólogos que sucumbem ao dispositivo retórico de Lyell e acreditam que mudança gradual é preferível (ou mesmo requerida) a priori, porque diferentes significados de uniformidade são postulados necessários de método. De novo e de novo na história da geologia após Lyell, notamos hipóteses razoáveis de mudança catastrófica rejeitadas de imediato por uma lógica falsa que as marcam como não-científicas em princípio.[3]

Conclusão

O uniformitarismo foi agora aparado às duas primeiras pressuposições de Lyell – uniformidade de Lei e de Processo. E estes são abraçados por todos os cientistas ativos, tanto criacionistas como evolucionistas. Em geral, porém, assim como Bates e Jackson afirmam acima, geólogos evolutivos ainda tendem a favorecer o gradualismo, permitindo apenas catástrofes ocasionais e raras, que podem envolver todo o globo, embora isso não seja provável. Geólogos criacionistas, por outro lado, tendem a procurar explicações catastróficas naturais para a maior parte do registro geológico condizentes com um cataclisma global denominado dilúvio global.

O uniformitarismo Lyelliano estrito cumpre o pensamento dos escarnecedores em 2 Pedro 3:3-6. Suas duas hipóteses — uniformidade de estado e uniformidade de taxa — negam explicitamente uma catástrofe global na escala do dilúvio de Noé e implicam que não houve uma criação por Deus. A aceitação do Atualismo — "O presente é a chave para o passado" — ao longo de espaço e tempo ilimitados mostra uma ignorância intencional da criação, do dilúvio e da Segunda Vinda. Por causa do que Deus nos disse através dos seus profetas[4], geólogos criacionistas aceitam o Atualismo ao longo de tempo limitado. O presente pode ser a chave para o passado ou futuro, mas dentro das restrições bíblicas.

Quando o gradualismo Lyelliano começou a ganhar força durante os séculos XIX e XX, o uniformitarismo foi contrastado com o catastrofismo como a explicação para fenômenos geológicos e paleontológicos principais. Anteriormente a esse período, várias características geológicas foram consideradas relacionadas ao dilúvio global como descrito em Gênesis 6 .

A defesa do catastrofismo foi enraizada na leitura mais direta da evidência geológica. Lyell, em contraste, insistiu que teoria — a hipótese de taxa e estado uniformes — fosse imposta sobre o registro. A evidência geológica foi interpretada de acordo com o que a teoria esperava mas os dados imperfeitos não forneciam.

A publicidade circundando o livro A Origem das Espécies de Charles Darwin acompanhou o movimento de sentimento entre cientistas em direção a uma perspectiva uniformitariana, e no século XX ela começou a afetar cada vez mais os estudos científicos.

Referências

  1. (Robert Bates and Julia Jackson, Glossary of Geology, 2nd edition, American Geological Institute, 1980, pg. 677)
  2. "Uniformitarianism: Charles Lyell." Understanding Evolution. University of California Museum of Paleontology. April 18, 2012.
  3. Gould, S.J., Time's Arrow, Time's Cycle, 1987, p. 176
  4. Ver, por exemplo, Amós 3:7