Homologia
A homologia é um conceito de estruturas semelhantes que geralmente os evolucionistas assumem que são o resultado de uma ancestralidade compartilhada e, portanto, que fornece apoio à teoria darwiniana da origem comum.[1] Os evolucionistas afirmam que, se vários organismos evoluíssem do mesmo ancestral, eles teriam semelhanças estruturais. Em seu livro A Origem das Espécies, Darwin se referiu aos ossos semelhantes nas mesmas posições relativas nas mãos do homem e de vários outros mamíferos como especificamente o que a teoria da origem comum esperaria.[2]
Homologias podem incluir componentes estruturais (morfológicos), como os membros anteriores, que ilustram uma semelhança de construção geral, mas que ainda são singulares de outras maneiras, fornecendo funções variadas. Semelhanças durante o desenvolvimento embrionário ou em estruturas moleculares também são consideradas derivadas de um ancestral comum e, portanto, homólogas. As homologias celulares incluem a existência de organelas comuns em eucariontes e ácidos nucleicos (DNA/RNA) como código genético universal. A homologia (semelhança) é usada como uma das principais evidências para a macroevolução e a origem comum de toda a vida na Terra.
O conceito de homologia (como prova do darwinismo) é na verdade comumente ensinado nas escolas públicas. O Prentice Hall Biology, que pode ser o livro-texto de biologia mais amplamente utilizado nas escolas públicas dos Estados Unidos, descreve a homologia da seguinte maneira:
“ | Na época de Darwin, os pesquisadores notaram semelhanças anatômicas impressionantes entre partes do corpo de animais com coluna vertebral. Por exemplo, os membros de répteis, aves e mamíferos - braços, asas, pernas e nadadeiras - variam muito em forma e função. No entanto, eles são todos construídos a partir dos mesmos ossos básicos, como mostrado na figura à direita. Cada um desses membros se adaptou de forma a permitir que os organismos sobrevivam em diferentes ambientes. Apesar dessas funções diferentes, no entanto, esses ossos dos membros se desenvolvem a partir dos mesmos aglomerados de células em embriões. Estruturas que têm diferentes formas maduras, mas se desenvolvem a partir dos mesmos tecidos embrionários, são chamadas de estruturas homólogas. Estruturas homólogas fornecem fortes evidências de que todos os vertebrados de quatro membros descendem, com modificações, de ancestrais comuns.[3] | ” |
Em contraste, os criacionistas veem a maioria das estruturas "homólogas" como um reflexo de que foram projetadas pelo mesmo Criador. Afirma-se que um projeto brilhante e funcional seria aplicado a vários organismos, da mesma forma que projetistas humanos aplicam conceitos.
Embrionária
Desde a época em que Charles Darwin publicou o livro A Origem das Espécies, a embriologia tem sido usada para apoiar a origem comum. Na verdade, Darwin se referiu à homologia embrionária como a classe de fatos mais forte que existia para apoiar suas teorias. Uma teoria apresentada mais tarde por Ernst Haeckel, conhecida como lei biogenética, afirmava que a história evolutiva de um organismo era recapitulada durante o desenvolvimento do embrião. Embora a lei biogenética esteja agora desacreditada, a embriologia ressurgiu nos últimos anos como uma ferramenta usada por biólogos evolucionistas que tentam estabelecer relações filogenéticas identificando semelhanças de desenvolvimento entre grupos taxonômicos. A Biologia Evolutiva do Desenvolvimento é uma fusão da biologia do desenvolvimento com a biologia evolutiva que é comumente conhecida como "evo-devo".
Várias décadas antes de Darwin publicar o livro A Origem das Espécies, um embriologista alemão chamado Karl Ernst von Baer havia mostrado que os embriões de alguns vertebrados pareciam muito semelhantes durante estágios específicos do desenvolvimento. Essa observação ficou conhecida como lei de von Baer.[4] Depois de ler um resumo da lei de von Baer em 1842, Darwin concluiu que as semelhanças embrionárias eram um argumento muito forte a favor da origem comum. No livro A Origem das Espécies (1859), Darwin afirmou que "semelhança de estrutura embrionária revela semelhança de descendência"[5] e, em uma carta de 1860 para Asa Gray, ele afirmou que "a embriologia é para mim, de longe, a mais forte classe de fatos a favor da mudança de formas".[6] Apesar do uso da embriologia por Darwin para apoiar seus pontos de vista, von Baer rejeitou a teoria da origem comum e não considerou as semelhanças embrionárias como evidência para a evolução.[7]
Tradicionalmente, supõe-se que as diferenças entre os organismos se tornem mais significativas à medida que o desenvolvimento avança e, portanto, os estágios embrionários iniciais devem se assemelhar mais do que os estágios posteriores. Embora essas suposições tenham persistido nos tempos modernos, já foi reconhecido por embriologistas desde Darwin que essa doutrina da biologia do desenvolvimento "não está de acordo com os fatos do desenvolvimento", de acordo com o embriologista britânico Adam Sedgwick (1894), que também afirmou: não há estágio de desenvolvimento em que o olho nu não consiga distingui-los com facilidade".[8] Embriologistas modernos também confirmam isso e desafiaram ainda mais a natureza errônea dessas suposições. Trabalhos recentes revelaram que embriões não são mais semelhantes durante os estágios iniciais de clivagem e gastrulação, mas, na verdade, são mais semelhantes no estágio posterior ilustrado por Ernst Haeckel em suas infames falsificações. No estágio de gastrulação, peixes mostram diferenças dramáticas quando comparados com anfíbios, e nem um e nem o outro são semelhantes a répteis, aves, ou mamíferos. Organismos começam a vida de forma muito dissimilar, e então se tornam de alguma forma semelhantes durante o desenvolvimento embrionário, e então divergem de novo como adultos. Evo-devos (biólogos evolutivos do desenvolvimento) se referem a este padrão como a ampulheta do desenvolvimento.[9] William Ballard acrescenta que somente com truques semânticos e seleção subjetiva de evidência é que podemos alegar que “gástrulas” de tubarões, salmões, sapos, e aves são mais parecidas do que seus adultos.[10]
Morfológica
Na biologia, a homologia é definida como qualquer estrutura no corpo de uma criatura que é similar em forma, posição e/ou função. Isso é considerado diferente da analogia, onde uma estrutura serve a um propósito semelhante por meio de uma estrutura que é semelhante em aparência externa. Biólogos evolutivos frequentemente relacionam essas similaridades em estruturas corporais para apontar para a ideia de que todos os organismos vivos derivaram do mesmo ancestral original. Parece plausível ou, na perspectiva evolucionista, inegavelmente lógico que se um animal tem um membro ou um órgão similar em forma ou função ao de outro, embora diferindo ligeiramente em tamanho, propósito ou necessidade final, ele tem um ancestral comum que possuía o traço comum e o passou para ambos os descendentes. Os evolucionistas também veem isso como uma explicação para a existência de estruturas vestigiais no corpo. Uma estrutura vestigial é qualquer órgão, osso, etc., que não tem nenhuma função, não é necessário para a sobrevivência da criatura ou é inútil para servir ao propósito que uma estrutura homóloga em outra criatura serviria. Alguma homologia morfológica, ou homologia do corpo, é do desenvolvimento (o que significa que a parte do corpo em particular se desenvolveu a partir do mesmo tecido embrionário no útero), enquanto alguma é evolutiva (o que significa que a parte do corpo em particular evoluiu a partir da parte de um ancestral comum primitivo e, como mencionado anteriormente, foi passada para frente para mais do que um descendente).[1]
Em 1971, o embriologista Sir Gavin de Beer levantou a questão sobre estruturas homólogas que permanece sem resposta.
“ | Mas se é verdade que, através do código genético, os genes codificam para enzimas que sintetizam proteínas que são responsáveis (em uma maneira ainda desconhecida na embriologia) pela diferenciação das várias partes em sua maneira normal, qual mecanismo pode ser que resulta na produção de órgãos homólogos, os mesmos "padrões", a despeito deles não serem controlados pelos mesmos genes? Eu fiz essa pergunta em 1938, e ela não foi respondida.[11] | ” |
Olhos
Algumas estruturas, como os olhos dos seres humanos e dos polvos, são muito semelhantes, embora estejam muito distantes na árvore evolutiva e não possam ter sido herdadas de um ancestral comum. Assim, os evolucionistas consideram essas estruturas como convergências evolutivas ou homoplasias, a fim de salvar sua teoria.
Este é apenas outro exemplo de como cientistas evolucionistas olham apenas para respostas que se alinham com seu dogma, ao invés de considerar fatos científicos que poderiam contradizê-lo. Não é científico acreditar que tais estruturas complexas e similares poderiam ter aparecido separadamente, através de mutações ao acaso, em tempos drasticamente diferentes. Mas dizer que elas evoluíram relativamente ao mesmo tempo quebra toda a teoria da ordem pela qual as coisas evoluíram.
Mamíferos
Mamíferos são outro forte exemplo de falhas na evolução. Os mamíferos são divididos em três grupos, chamados monotremados, placentários e marsupiais. De acordo com a evolução, todos esses grupos evoluíram e se desenvolveram individualmente após aparecerem na história. O problema é que há muitos animais entre os placentários que têm "equivalentes", por assim dizer, que são marsupiais, como o lobo norte-americano e o lobo da Tasmânia, por exemplo. Esses animais equivalentes têm estruturas corporais muito semelhantes, ou "homólogas" (embora o evolucionista típico as chamaria de análogas). Mais uma vez, é incrivelmente improvável que essas criaturas extremamente similares poderiam ter evoluído separadamente, enquanto se mantendo completamente sem relação próxima umas com as outras.[2]
Molecular
Para o evolucionista, a homologia molecular é talvez considerada a evidência mais substancial de ancestralidade comum. Todos os organismos da Terra usam as mesmas moléculas básicas para processos celulares: o DNA como molécula hereditária carregadora de informação, e as proteínas como máquinas moleculares. Além disso, os genes e as proteínas que realizam funções semelhantes são frequentemente semelhantes também, embora nem sempre seja esse o caso. Acredita-se que, em geral, quanto mais semelhantes são as moléculas, mais próxima é a ancestralidade.
Exemplos de homologia celular e molecular incluem:
- Todas as células são limitadas por uma membrana
- Todas as células armazenam informação hereditária como DNA.
- Todas as células aderem ao mesmo mecanismo básico de expressão gênica.
- Todas as células utilizam as mesmas vias metabólicas
- Todas as células têm ribossomos para produzir proteínas
Em seu livro Refuting Evolution 2, Jonathan Sarfati trata da significância da homologia molecular do ponto de vista da criação.
“ | Comparações de DNA são apenas um subconjunto do argumento da homologia, que faz igual sentido em uma estrutura bíblica. Um Projetista comum é outra interpretação que faz sentido para os mesmos dados. Um arquiteto normalmente usa os mesmos materiais de construção para diferentes construções, e um fabricante de carros normalmente usa as mesmas partes em carros diferentes. Então não deveríamos nos surpreender se um Projetista da vida usasse a mesma bioquímica e as mesmas estruturas em muitas criaturas diferentes. Em contrapartida, se todos os organismos vivos fossem totalmente diferentes, poderia parecer que houveram muitos projetistas ao invés de um.[12] | ” |
Porque acredita-se que os genes tenham uma origem ancestral, se dois animais têm estruturas morfológicas homólogas, então os genes que produzem essas estruturas deveriam ser homólogos também. Infelizmente para o Darwinismo, esses genes frequentemente não são homólogos. Em um embrião vertebrado, um conjunto de segmentos numeráveis divide o tecido. Cada segmento ou grupo de segmentos é destinado a se desenvolver em uma estrutura particular. Estudos conduzidos em seis tipos de vertebrados mostraram que os membros anteriores e posteriores de cada criatura se desenvolviam a partir de diferentes grupos de segmentos (especialmente os membros posteriores).[3] Por vezes, órgãos homólogos são produzidos por segmentos de DNA que não são homólogos e segmentos de DNA homólogos estão envolvidos no desenvolvimento de órgãos que não são homólogos. Além disso, mostra-se que estruturas homólogas passam por estágios embrionários de desenvolvimento completamente diferentes, quando eles deveriam ser os mesmos até o ponto da diferença evolutiva. Pere Alberch escreveu que esses estágios embrionários diferentes em estruturas homólogas são "a regra ao invés da exceção".[4]
Sarfati continua:
“ | Além disso, há algumas anomalias intrigantes para uma explicação evolutiva—semelhanças entre organismos que os evolucionistas não acreditam que são proximamente relacionados. Por exemplo, a hemoglobina, a molécula complexa que carrega o oxigênio no sangue e resulta em sua cor vermelha, é encontrada em vertebrados. Mas também é encontrada em algumas minhocas, estrelas-do-mar, crustáceos, moluscos, e até mesmo em algumas bactérias. Uma proteína receptora de antígeno tem a mesma estrutura de cadeia única incomum em camelos e tubarões-lixa, mas isso não pode ser explicado por um ancestral comum de tubarões e camelos.6 E há muitos outros exemplos de similaridades que não podem ser devido a evolução.[13] | ” |
O Que Isso Prova?
Evolucionistas como Theodosius Dobzhansky veem a homologia como prova tão forte da evolução que afirmam que o criacionismo implicitamente acusa Deus de criar o mundo para enganar as pessoas com o pensamento de que ele na verdade evoluiu.
“ | Com certeza, alguns anti-evolucionistas ainda insistem que a homologia significa apenas que o Criador escolheu gratuitamente fazer órgãos homólogos em organismos totalmente sem parentesco. Pode-se dizer que essa opinião é implicitamente blasfema: ela na verdade acusa o Criador de arranjar as coisas de forma que elas sugerem a evolução meramente para enganar os estudantes honestos de Suas obras. (Dobzhansky 1959)[14] | ” |
Um ancestral comum parece fazer sentido quando lhe é dito que estruturas homólogas se desenvolveram da mesma criatura. No entanto, você tem que levar em consideração todas as falhas na "prova" que a homologia supostamente fornece. Mamíferos que supostamente evoluíram individualmente, mas têm estruturas homólogas, ou órgãos homólogos formados a partir de DNA não homólogo, tudo isso refuta essa teoria. Além disso, a presunção de que um Criador divino seria sempre totalmente original em suas criações não leva em consideração que um modelo de estrutura que está sendo reutilizado mostra sinais de inteligência. Há prova em abundância para mostrar que a homologia é uma base extremamente pobre para apoiar a evolução, mas antes apoia o design inteligente.
A ideia de que a homologia prova que todas as criaturas vivas se desenvolveram de um ancestral comum se deriva da crença de que um Criador divino seria em última análise original e singular em seus projetos de cada criatura particular. No entanto, só porque Deus teria poder e habilidade para criatividade infinitos não significa que Ele é restrito a ser original. Nosso Criador elaborou uma estrutura modelo que era efetiva, então por que Ele não deveria utilizar essa estrutura diversas vezes? Se você estivesse projetando carros para uma empresa automobilística, você poderia diferir em seus planos para a aparência externa de diferentes modelos, mas não faria qualquer sentido tentar reconstruir o motor inteiro ou retrabalhar toda a fiação, ou mesmo remover as rodas e tentar inventar outro método para a movimentação do carro. Reutilizar um projeto engenhoso e perfeitamente capaz é um sinal de inteligência.[5]
Referências
- ↑ Bergman, Jerry. (Abril de 2001). "Does homology provide evidence of evolutionary naturalism?". Journal of Creation 15 (1) pp. 26–33.
- ↑ Darwin, C., The Origin of Species, 6th Ed., pp. 434-435, 1872.
- ↑ Prentice Hall Biology. 2008. p384. Kenneth Miller & Joseph Levine.
- ↑ Wells, Jonathan. The Politically Incorrect Guide to Darwinism and Intelligent Design, p.25-26. Regnery Publishing, Inc. 2006.
- ↑ Gilbert, Scott F. Developmental Biology: Evolutionary Embryology, 6ª edição. 2000. por Sinauer Associates.
- ↑ The Life and Letters of Charles Darwin Volume II, Página 61.
- ↑ Wells, p.26
- ↑ Sedgwick, Adam, 1894. "On the Law of Development commonly known as von Baer’s Law; and on the Significance of Ancestral Rudiments in Embryonic Development." Quart. J. Microscopy, 36, p. 36
- ↑ Wells, p.30
- ↑ Ballard W.W., "Problems of Gastrulation: Real and Verbal," BioScience, Vol. 26, No. 1., January 1976, pp.36-39.
- ↑ Sir Gavin de Beer. "Homology, An Unsolved Problem", 1971 (Oxford Biology Reader).
- ↑ Sarfati, Jonathan. Refuting Evolution 2 Chapter 6 - Argument: Common design points to common ancestry. Greenforest AR: Master Books, 2002. (p112)
- ↑ Sarfati, p113.
- ↑ Dobzhansky, T., Evolution; Genetics and Man, John Wiley & Sons, New York, pp. 227-228, 1959. p. 228.
- Homology/biology Wikipedia. www.wikipedia.org.
- 'Not to be used again': Homologous Structures and the Presumption of Originality as a Critical Value Creation Ministries International. Journal of Creation, volume 21(1), 2007. Por James Patrick Holding. www.creation.com
Ligações externas
- What about similarities and other such arguments for evolution?. The Creation Answers Book, capítulo 7, 8a edição, 2019.
- Homology made simple por Dominic Statham. Creation 34(4):43-45, outubro de 2012.
- Argument: Common design points to common ancestry por Jonathan Sarfati. Refuting Evolution 2 (capítulo 6).
- Does homology provide evidence of evolutionary naturalism? por Jerry Bergman. Journal of Creation 15(1):26–33, abril de 2001.
- Homology: A Concept in Crisis por Jonathan Wells e Paul Nelson. Origins and Design 18:2, outono de 1997.
- A serious problem for homology por Robert E. Kofahl, Creation 14(2):31, março de 1992.
Ver também
- Evolução convergente
- Separação incompleta de linhagens
- A homologia não pode ser evidência de ancestralidade se estiver definida assim Resposta ao Talk.Origins