Dilema de Haldane

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J. B. S. Haldane (1892–1964)

O Dilema de Haldane é um limite severo na velocidade da evolução, primeiramente calculado em 1957 pelo renomado geneticista evolutivo J. B. S. Haldane. O limite é suficientemente lento que coloca em questão o “fato” da evolução, ou a genética evolutiva como uma ciência empírica. O problema também mostra várias formas de negligência de longo prazo por parte dos líderes evolutivos.

O Dilema

A evolução requer a substituição de novas mutações benéficas na população, para criar uma nova adaptação biológica. Haldane calculou que os organismos com taxas de reprodução baixas, como vacas, poderiam substituir mutações benéficas não mais freqüentemente do que uma a cada 300 gerações.

O problema só pode ser visto por meio de exemplos, sendo que o exemplo mais fácil de se entender é o da evolução humana. Comece em algum alegado ancestral humano dez milhões de anos atrás, o que generosamente permite à evolução muito mais tempo do que está disponível. (Supostamente o último ancestral comum entre os seres humanos e os chimpanzés viveu cerca de seis milhões de anos atrás. E alega-se que as adaptações humanas em questão tenham evoluído principalmente nos últimos dois milhões de anos.) Em dez milhões de anos, uma linhagem do tipo símio-para-humano poderia substituir não mais do que 1.667 mutações benéficas. Na literatura de genética evolutiva, é indiscutível que os cálculos de Haldane, se forem corretos, indicariam esse limite. (E de acordo com os geneticistas evolutivos, cada uma dessas substituições é tipicamente um nucleotídeo, não milhares de diferenças nos nucleotídeos.)

Todos os dados, teoria, e afirmações necessários vêm de evolucionistas. O cálculo é:

  • Permita 10 milhões de anos para uma linhagem de símio-para-homem. (Este valor favorece a evolução, permitindo muito mais tempo do que está disponível.)
  • Dividido por 20 anos de tempo efetivo de geração. (Este valor vem de geneticistas evolutivos, para esta linhagem, ao longo deste período de tempo).
  • Dividido por 300 gerações por substituição benéfica. (Este valor vem de cálculos de Haldane.)
  • Iguala um máximo de 1.667 mutações benéficas substituídas nessa linhagem de símio-para-homem. (Mais algum número limitado de mutações neutras, que não fazem nada para melhorar a adaptação.)

O problema é: todas as adaptações exclusivamente humanas podem ser explicadas dentro desse limite? Essas adaptações incluem: a triplicação do tamanho do cérebro, a postura ereta, a destreza da mão, os órgãos vocais da fala, a linguagem, a distribuição de cabelo e a capacidade de apreciação da música, para citar algumas poucas. Isso pode ser comparado ao poder de mutações benéficas observadas hoje, como os alegados exemplos nos bicos dos tentilhões de Galápagos. Um limite de 1.667 mutações benéficas é um número suficiente para criar todas as adaptações exclusivamente humanas? Este é o Dilema de Haldane. O problema aprofunda-se pelo fato de que as suposições de Haldane são extremamente irrealistas em favor da evolução. (Ver suas premissas.)

Um problema semelhante existe para outras espécies, especialmente aquelas com baixas taxas reprodutivas e longos tempos de geração, tais como: baleias, elefantes, ursos, macacos, e assim por diante. Quanto maior for o tempo de geração e menor a taxa de reprodução, menos mutações benéficas são substituídas ao longo do tempo.

Status

O dilema de Haldane é fácil de ser divulgado - um limite de 1.667 mutações benéficas para a evolução humana. No entanto, os evolucionistas nunca divulgaram tal limite para o público em geral. Mesmo seus periódicos técnicos evitam fortemente esses números diretos e, em vez disso, falam obliquamente, em termos de taxa de substituição – tais como “uma substituição no gene a cada 300 gerações”, uma frase que obscurece o problema de ser visto, e pode muito bem estar em código.

Além disso, a literatura evolutiva sobre o dilema de Haldane é extremamente confusa, contraditória e não resolvida – embora os evolucionistas geralmente não reconheçam essas indicações. A confusão ainda permeia a literatura evolutiva de hoje, e torna a discussão embaraçosa. Por exemplo, os evolucionistas irão citar um artigo de geneticistas evolutivos como verdadeiro, quando muitos outros geneticistas evolutivos implicitamente o consideram como falso – e o assunto continua por se resolver porque os líderes evolutivos não abordaram explicitamente tais contradições. Se você entrar nessa controvérsia, esteja preparado para esse ardil. Pedidos para os evolucionistas esclarecerem este tema foram ignorados. (Por exemplo, ver o artigo A tale of peer review, onde líderes evolutivos suprimiram esclarecimentos de seus periódicos). Líderes evolutivos têm um longo registro de negligência nesse importante problema – um registro de comunicação ruim, um registro de permissão para a mentira e a confusão prevalecerem durante décadas. Nenhuma conspiração é sugerida aqui, mas há negligência de longo prazo. Tal omissão em si vale a pena o estudo, para que possamos entender melhor a sociologia da ciência.

Além disso, a literatura evolutiva mal começou a discutir, muito menos estabelecer, se essas 1.667 mutações benéficas (ou qualquer outro número) são suficientes para explicar a evolução humana.

Em suma, o dilema de Haldane continua profundamente sem solução e pouco discutido.

Apesar dessas falhas, a maioria dos geneticistas evolutivos considera o problema como "resolvido", e em grande parte o colocou de lado na década de 1970. No entanto, não existe nenhuma solução acordada para o dilema de Haldane. Os geneticistas evolutivos contradizem uns aos outros não só em relação às soluções, mas também em relação aos fundamentos básicos do problema em si.

O geneticista evolutivo G. C. Williams escreve:

“Na minha opinião, o problema [do dilema de Haldane] nunca foi resolvido, por Wallace ou qualquer outra pessoa. Ele simplesmente desapareceu, porque as pessoas se interessaram por outras coisas. Elas devem ter pensado que a verdadeira resolução estava em algum lugar na confusão de sugestões feitas por um ou mais dos geneticistas populacionais notáveis que tinham participado na discussão.” (G. C. Williams, 1992, Natural Selection: Domains, Levels, and Challenges, p 143-144, ênfase adicionada)

Para muitos criacionistas, o Dilema de Haldane falseia a evolução em grande escala. Para outros criacionistas, o Dilema de Haldane demonstra que a genética evolutiva não pode lidar com suas questões centrais – a genética evolutiva é um castelo no ar teórico, substancialmente desconectada da realidade empírica; amorfa e, em última análise, não testável; não uma ciência empírica. A medida que o dilema de Haldane avança, Walter ReMine prevê que os evolucionistas vão cada vez mais avançar os aspectos não falseáveis (não testáveis) da teoria evolutiva e da genética evolutiva. Isso sugere que a explicação dos evolucionistas ou está falseada, ou não é falseável - e de uma maneira ou de outra não é científica (usando a mesma definição de ciência que os evolucionistas endossaram em tribunal).

Introdução aos detalhes técnicos

O Custo de Substituição

Walter ReMine em uma entrevista ARN

O dilema de Haldane surge a partir de um conceito chamado de custo de substituição. Este conceito se tornou confuso de várias maneiras, e a confusão foi a fonte de muitas falsas "soluções". O teórico do design inteligente Walter ReMine faz objeções aos muitos fatores de confusão ainda enraizados na literatura, e publicou um artigo para esclarecer as questões. Geneticistas evolutivos principais, incluindo James Crow e Warren Ewens, efetuaram uma revisão por pares do artigo e reconhecem que o mesmo está correto.

Um argumento do custo opera como se segue. Todo cenário evolutivo requer um certo nível de taxa de reprodução – chamada de “custo.” Um custo é uma taxa de reprodução requerida para um dado cenário evolutivo. Se as espécies não podem na verdade produzir a taxa de reprodução requerida, então o cenário não é plausível. Em outras palavras, cada cenário tem um requerimento, e se o requerimento não for cumprido, então o cenário não é plausível. Esse requerimento é a taxa de reprodução.

Existem vários tipos de custos, cada um para um propósito específico. Tais como:

  1. O custo de continuidade – uma taxa de reprodução de 1, que é requerido apenas para continuar para a próxima geração.
  2. O custo da mutação – a taxa de reprodução extra requerida para prevenir a deterioração genética devido a mutações prejudiciais.
  3. O custo da segregação – a taxa de reprodução extra necessária para manter os polimorfismos em uma população.
  4. O custo de perda aleatória – a taxa de reprodução extra requerida para lidar com as perdas aleatórias à população (tais como por incêndio, inundação, fome, seleção para características não-herdáveis, e muitos outros fatores).
  5. O custo de substituição – a taxa de reprodução extra requerida especificamente para se fazer substituições - ou seja, requerida para aumentar o número de cópias das mutações de substituição. [A versão de Haldane do conceito de custo era muito mais indireta e confusa, mas (quando corretamente reinterpretada) era efetivamente idêntica na forma como operava, e nos resultados que produzia.]

A soma de todos esses custos (além de alguns outros custos menores) é o custo de evolução: a taxa de reprodução total requerida pelo cenário. Assim:

Custo de evolução = Custo de continuidade + custo de mutação + custo de segregação + custo de perda aleatória + custo de substituição + …

Se a espécie não pode produzir essa taxa de reprodução necessária – em outras palavras, se a espécie não pode “pagar o custo” – então, o cenário não é plausível. O dilema de Haldane meramente aplica essa lógica a cada geração.

Vejamos um exemplo simples. Suponha que um cenário afirma que em uma geração uma mutação de substituição aumenta (em número de cópias) em vinte e cinco por cento. Isso vai requerer uma taxa de reprodução de pelo menos 1,25 (que é um custo de continuidade de 1 mais um custo de substituição de 0,25). Esse requerimento não se reduz nem um pouco pelas seguintes situações:

  • Alterações no ambiente
  • Mudanças no tamanho da população
  • Seleção suave (ou seleção forte)

(Nota: Estes três itens foram falsamente alegados como "soluções" para o dilema de Haldane. Uma compreensão clara do custo de substituição mostra que eles não o são.)

Junte-se o custo de substituição ao longo de todas as gerações de uma dada substituição para se obter um total. Em seguida, divida pelo número de gerações, para obter a média. Em outras palavras, "somar um total" é meramente um passo intermediário na obtenção de um custo médio – que é o foco da preocupação. Ao longo prazo, se a espécie não pode pagar esse custo médio, então a taxa de substituição dada não é plausível. Para esse fim, Haldane calculou o custo total de substituição para vários tipos de mutações, e vários tamanhos de população, como esperado na natureza. Em média, em tais circunstâncias, ele calculou que o custo total de uma substituição é de 30.

Sob as suposições pró-evolutivas de Haldane, se mais de uma mutação está substituindo, então seus custos de substituição se somam. Por exemplo, numa determinada geração, se os custos de substituição para duas mutações separadamente seriam de 0,07 e 0,03, então o custo para ambas simultaneamente é de 0,1. Uma vez que esta soma se aplica em cada geração, ela se aplica também ao longo prazo – assim, aplica-se também ao seu custo de substituição total. Portanto, independentemente de se as substituições ocorrem uma de cada vez (de extremo a extremo), ou se sobrepõem no tempo de qualquer forma arbitrária, seu custo total de substituição é ainda totalmente necessário.

Vários dos outros custos tendem a ser grandes, (itens 1, 2, 3 e 4 acima), e consomem quase a taxa de reprodução inteira, deixando pouca sobra para pagar pelas substituições. Através de experiências de reprodução em vertebrados mais elevados, Haldane mediu que eles têm uma taxa de reprodução que deixa apenas 0,1 de sobra para pagar pelas substituições.

Em conclusão, o custo total de substituição é de 30, e pagos em parcelas de 0,1 por geração, o que significa que, ao longo prazo, as substituições podem ocorrer não mais do que uma a cada 300 gerações (=30/0,1). Seu cálculo permitiu reprodução sexuada e inúmeras substituições simultâneas se sobrepondo no tempo de maneiras arbitrárias.

Suposições de Haldane

Os evolucionistas muitas vezes se queixam de que as suposições de Haldane estão desatualizadas ou que são irrealistas. Isso é altamente enganoso. As suposições de Haldane são extremamente irrealistas em favor da evolução, o que faz com que o dilema de Haldane seja o mais potente possível como evidência anti-evolutiva. As suposições de Haldane também representam os atuais livros de genética evolutiva.

  • Ele assumiu que a população não fica presa no topo de um pico de aptidão local, mantida lá pela sobrevivência do mais apto, e para sempre impedida de evoluir.
  • Sua análise assume evolução contínua, sem parar, sem estase. (A análise de Haldane antecedeu Gould e Eldredge e a aceitação geral de que as espécies fósseis quase sempre exibem estase – ou ausência de mudanças – ao longo de sua existência.)
  • Ele assumiu que o terreno de aptidão não oferece nenhum obstáculo significativo para a evolução, como "montanhas" intransponíveis ou "fendas" profundas no terreno da aptidão.
  • Ele assumiu que o terreno da aptidão não é semelhante a um labirinto – com becos sem saída, e de recuo – o que tornaria a evolução bem sucedida em larga escala muito mais lenta e muito menos provável.
  • Ele assumiu que o terreno de aptidão não se distorce ou se deforma de quaisquer maneiras desfavoráveis à evolução. Por exemplo, ele assumiu que o terreno de aptidão não se deforma tanto, tantas vezes, ou tão rapidamente, que iria tornar a evolução um processo aleatório, onde a evolução benéfica se torna um ponto discutível.
  • Ele assumiu que a espécie não está em catástrofe de erros e/ou colapso mutacional, onde a deterioração genética ocorre de geração em geração.
  • Ele assumiu que a espécie não chega a ser extinta.
  • Os fatores acima podem ocorrer em inúmeras combinações que impediriam ou tornariam mais lenta a evolução em grande escala. Mas Haldane silenciosamente desconsiderou todos e quaisquer obstáculos à evolução. (Esta prática é especialmente comum em quaisquer apresentações evolucionistas ao público em geral.)
  • Sua análise ignorou a pleiotropia – onde um gene afeta mais de um traço biológico. A pleiotropia geralmente torna as substituições difíceis, e a pleiotropia ocorre com frequência na vida. A análise de Haldane ignorou essa dificuldade, e isso favorece a evolução.
  • Ele ignorou todos os efeitos nocivos das mudanças ambientais, e também assumiu efeitos irrealisticamente favoráveis da mudança ambiental - tudo o que favorece a evolução. (Por exemplo, ele usou um cenário de mudança ambiental peculiar para elevar artificialmente a frequência de partida das mutações de substituição, diminuindo assim o custo total de substituição. E ele ignorou completamente os efeitos esmagadoramente nocivos desse mesmo cenário.)
  • No cálculo do limite de Haldane na taxa de substituição, todas as suas equações de custo assumiram minúsculos coeficientes de seleção (se aproximando de 0+), o que favorece a evolução, dando o absolutamente menor custo total de substituição em cada caso. Isso favorece a evolução ainda mais quando tomado em conjunto com a próxima suposição.
  • Ele assumiu centenas a milhares de substituições ocorrendo simultaneamente, o que favorece a evolução ao dar a maior freqüência ideal de substituição, no menor custo de substituição.
  • Ele ignorou a deriva genética. Eliminação por deriva genética é quase sempre o resultado para as mutações benéficas, especialmente para os pequenos coeficientes de seleção utilizados por Haldane. De acordo com os geneticistas evolutivos, se uma mutação benéfica tem uma vantagem seletiva modesta de um décimo de um por cento (s = 0,001), então ela será eliminada 998 vezes de cada mil. O cálculo de Haldane ignorou esse efeito, através da seguinte pressuposição.
  • Ele assumiu uma taxa de mutações benéficas suficientemente elevada.
  • Ele ignorou o custo de substituições mal sucedidas. Quase todas as mutações benéficas não conseguem substituir; em vez disso, são eliminadas por deriva genética. No entanto, elas ainda incorrem em uma parte do custo total de substituição. Ignorar esse fator reduz o custo e dessa forma favorece a evolução.
  • As substituições recessivas benéficas têm um custo extremamente elevado (facilmente na casa dos milhares). Mas Haldane descontou drasticamente o seu custo, e isso favorece a evolução. Ele também assumiu que a grande maioria das mutações recessivas benéficas é eliminada e completamente sem custo, e isso favorece ainda mais a evolução. Para além disso, uma vez que as mutações em sua grande maioria são conhecidas por serem recessivas, Haldane teoricamente eliminou a maior fonte de mutações benéficas, e nem ele, nem qualquer geneticista evolutivo, desde então, levou essa perda em consideração. Em outras palavras, Haldane assumiu uma taxa suficientemente alta de mutações benéficas, enquanto ignora simultaneamente o fato de que, teoricamente, elimina a maior fonte delas. O papel das mutações recessivas benéficos é amplamente não levado em consideração pelos geneticistas evolutivos. Estas têm um custo para a substituição bem sucedida, e um custo para a substituição mal sucedida – e de qualquer forma, estes devem ser contabilizados em alguma visão realista do processo evolutivo, e não simplesmente ignorados como sem importância, para favorecer a evolução.
  • Ele assumiu a seleção darwiniana clássica, também chamada de seleção individual, o que favorece a evolução por incorrer no menor custo total de substituição. Ao invés de outras formas de seleção (como seleção de parentesco, seleção de grupo, seleção deme, ou seleção de espécies), que incorrem em um custo total de substituição mais elevado.
  • Ele assumiu o mesmo modelo de genética e seleção ainda predominante nos livros de genética evolutiva de hoje - o modelo de Haldane não está desatualizado.
  • O modelo de Haldane implicitamente assume que não há nenhuma epistasia (ou interações complexas, favoráveis, entre as mutações de substituição). A grande maioria dos traços biológicos (tais como cérebros, corações, a coagulação do sangue, a visão, a mobilidade, o cabelo, a replicação, o metabolismo, etc.) são produtos de vários genes, cuja combinação específica (não apenas qualquer combinação aleatória de genes) é muito mais benéfica do que qualquer um dos mesmos genes tomados isoladamente ou em combinações menores. (O todo é maior do que a soma das partes.) Este tipo de epistasia (que é o que normalmente se entende pelo termo) ocorre abundantemente na natureza – mas é geralmente desenfatizada ou ignorada nos livros de genética evolutiva porque agrava fortemente os problemas evolutivos. [Por exemplo, a reprodução sexual (quando combinada com essa epistasia) é amplamente reconhecida por tornar a evolução benéfica dramaticamente mais lenta, porque rompe as combinações favoráveis de genes de cada geração. Essa desaceleração dramática da evolução benéfica amplia os problemas evolutivos clássicos com a origem e manutenção da reprodução sexual.] Ao não assumir nenhuma epistasia, o modelo de Haldane favorece a evolução e é consistente com a maioria das discussões evolutivas de hoje.
  • Ele assumiu um tamanho populacional razoavelmente constante, embora ele também tenha permitido vários tamanhos populacionais, como esperado na natureza. Ele fez isso por conveniência matemática e tutorial, e para obter resultados amplamente aplicáveis, (uma vez que haveria infinitamente muitas maneiras de variar o tamanho populacional em relação às substituições). (Ele também fez isso porque seu conceito particular de custo foi definido apenas sob um tamanho populacional constante; uma falha agora remediada pelo conceito de custo de ReMine. Existe sempre um custo de substituição; é inevitável, seja o tamanho populacional constante ou não. Alterar o tamanho populacional complica a análise, sem resolver o problema.)

O custo de substituição coloca um limite, ou limiar, sobre as taxas de substituição plausíveis - taxas mais baixas são plausíveis, mas taxas mais elevadas não são. Além disso, o cálculo de Haldane fez muitas suposições descontroladamente irrealistas em favor da evolução – e ele não fez nenhuma tentativa de garantir que essas muitas suposições favoráveis eram efetivamente verdadeiras. Em suma, a taxa de Haldane é um limite superior, um máximo altamente irrealista - nem remotamente uma "taxa média" garantida de evolução.

Equilíbrio pontuado

A análise de Haldane assume a evolução contínua, sem estase. Mas isso contradiz o que é agora reconhecido sobre o registro fóssil. O paleontólogo evolucionista Stephen Jay Gould estima que espécies fósseis estão em estase – onde a mudança não está ocorrendo – mais do que noventa e nove por cento do tempo. (Gould incluiu as espécies de primatas e seres humanos em sua afirmação.) Essa predominância de estase poderia reduzir o limite de Haldane por um fator de cem – para um limite de 17 mutações benéficas para explicar a evolução humana.

Quando os evolucionistas abordarem esse problema no fim das contas, ReMine prevê que alguns deles vão alegar que há pouca ou nenhuma relação entre a estase observada nos fósseis e a estase genética – como se a genética e a morfologia estivessem desconectadas e não ligadas. É provável que cada vez mais os evolucionistas vão tentar esse caminho de evasão.

Mas essa não é a rota tomada por Gould e outros pesquisadores evolutivos. Eles sugerem uma correlação geral ampla entre mudança morfológica e mudança genética – em suma, uma correlação entre a estase observada nos fósseis e a estase genética. Essa conexão é fundamental para o que Gould e outros chamam de “a previsão preliminar do equilíbrio pontuado” – que alega prever as taxas relativas de alteração genética. (Gould, The Structure of Evolutionary Theory, 2002, p. 812)

A conexão entre a morfologia e a genética é ainda reforçada por: (1) o campo da biologia evolutiva do desenvolvimento (também chamada de evo-devo), que afirma que as mutações benéficas individuais muitas vezes têm efeitos substanciais no organismo, frequentemente visíveis; e (2) a abundância observada de pleiotropia, em que um determinado gene possui mais do que um efeito no organismo. Esses fatores sugerem ainda que a estase observada dos fósseis representa a estase genética.

Devido à estase fóssil observada, o equilíbrio pontuado alega que a maioria das mudanças (incluindo as alterações mais benéficas, ou adaptações) deve, portanto, ocorrer em eventos de especiação. No entanto, os principais evolucionistas durante muito tempo afirmaram que a especiação é um processo substancialmente não darwiniano. (Porque no objetivo darwiniano de “reproduzir mais dos genes de um organismo para as gerações futuras,” a formação de “barreiras à reprodução” é menos apta.) Ou seja, os eventos de especiação são considerados inexplicáveis em termos de seleção individual, mas decorrem principalmente de deriva genética e endocruzamento, que são não-adaptativos. Ao todo, essas afirmações fazem a adaptação e o dilema de Haldane ainda mais difíceis de se resolver.

Para ajudar a explicar a adaptação, o equilíbrio pontuado enfatiza o papel da seleção de espécies. Ou seja, afirma-se que novas espécies se ramificam em uma direção aleatória no que diz respeito à adaptação, e, em seguida, as espécies mais adaptadas são selecionadas – toda a espécie é selecionada, em vez de indivíduos. Os evolucionistas fizeram uma analogia entre a seleção de espécies e a seleção individual. Na seleção individual, a mutação cria aleatoriamente novas variações de indivíduos (a maioria delas desfavoráveis), e então os indivíduos favorecidos são selecionados. Na seleção de espécies, a especiação (funcionando como uma mutação aleatória) cria aleatoriamente novas variações de espécies (a maioria delas não favorável) e, em seguida, as espécies favorecidas são selecionadas. Devido a esta aleatoriedade, numerosos eventos de especiação seriam necessários para se obter um que fosse favorável – assim como muitas milhares de mutações seriam necessárias para se obter uma que fosse favorável.

O geneticista evolutivo John Maynard-Smith apropriadamente argumenta que o equilíbrio pontuado é improvável por causa de seu alto custo. A taxa de reprodução da espécie teria que substituir não apenas uma população (como no processo de substituição habitual), mas numerosas espécies inteiras. Essa tarefa exige muito mais reprodução (e um custo de substituição muito mais elevado), e isso tornaria a taxa de substituição mais lenta. Estes argumentos sugerem que o equilíbrio pontuado retarda a evolução benéfica dramaticamente.

Se esses evolucionistas principais estão corretos, então a evolução benéfica deve ser muito mais lenta do que Haldane tinha calculado. Mas esses problemas, assim como muito do dilema de Haldane, foram negligentemente pouco discutidos na literatura evolutiva.

A cifra de 1.667 é completamente irrealista em favor da evolução: (1) ao permitir muito mais tempo do que está disponível, (2) ao ignorar o grande retardamento devido ao equilíbrio pontuado e suas afirmações associadas, e (3) por inúmeras hipóteses irrealistas em favor da evolução.

Entropia genética

Em seu livro Genetic Entropy, o Dr. John Sanford discute o Dilema de Haldane no contexto da perda de função através de mutações ao longo de cada geração. Ou seja, suponha que cada tipo criado começou como um genoma mestre adaptativo (ou mesmo hiper-adaptativo) fornecido pelo Criador. À medida que a população cresce ao longo de múltiplas gerações, as mutações se prestam a adulterar, não melhorar a funcionalidade que já está disponível no genoma. Esta degradação ou involução do genoma leva à extinção da população, em última análise.

A hipótese da entropia genética inverte diretamente a suposta cadeia evolutiva de eventos onde as mutações conduzem a funções mais elevadas. Pelo contrário, ela começa com um gene de alta funcionalidade que se torna menos funcional ao longo de muitas gerações.

Os evolucionistas formulam objeções a esta hipótese, dizendo: "onde está esse chamado genoma mestre?", o qual é, naturalmente, não reproduzível, uma vez que só existia para o tipo criado original. Ironicamente, no entanto, o evolucionista acredita em um "replicador imperfeito" original ou em um "primeiro genoma replicante" que é o principal ponto de partida das cadeias evolutivas de eventos. Quando questionados "onde está o replicador imperfeito", descobrimos que ele é apenas um experimento mental, não uma realidade. Quando pressionamos mais, descobrimos que esse primeiro-replicador também precisava de algumas funcionalidades adicionais, desnecessariamente complexas, incluindo uma parede celular (em si altamente complexa), um motor de ATP sintase (também um mecanismo complexo), e um meio para absorver nutrientes e eliminar resíduos. Um evolucionista diria que "ele realmente não precisava de tudo isso", e quando pressionados, descobrimos que eles ainda estão descansando em um experimento mental. Em suma, o primeiro-replicador pode ser qualquer coisa que eles queiram para o bem conveniente do argumento, mas eles podem estar mudando critérios quando inconvenientemente desafiados com questões, como o que realmente ele era.

Em essência, o genoma mestre e o primeiro replicador são, na verdade, muito próximos uns dos outros em termos de funcionalidade. O primeiro é dito ganhar funcionalidade ao longo do tempo e de mutações, enquanto o outro é dito perder funcionalidades ao longo do tempo e das mutações. Ambos são afetados pelas mutações, mas apenas um é afetado de uma forma que é consistente com a observação: o genoma mestre. Também é consistente com todas as outras áreas da ciência. Por exemplo, em certos textos podemos ler que todas as áreas da ciência são sujeitas aos efeitos da entropia, exceto a biologia, "por causa da evolução". Esse é um raciocínio circular. Se a evolução não é verdade, então a biologia também está sujeita a entropia e a hipótese do genoma mestre juntamente com a hipótese da entropia genética explicam mais facilmente o estado da flora e da fauna no mundo de hoje. Além disso, eles explicam adequadamente a propensão de todos os seres vivos a se extinguirem, sem serem substituídos.

Além disso, a extinção em massa atual em todo o mundo[1] é marcada tanto pela caça de animais pelos seres humanos como também pela sua incapacidade de produzir a prole tão rapidamente quanto as gerações anteriores. Os animais sempre foram caçados, mas sua reprodução geralmente ultrapassava o seu desgaste. A falta de capacidade para produzir prole tão rapidamente quanto nas gerações anteriores é também um indicador de perda de função.

Nos seres humanos, a taxa de infertilidade continua a subir,[2] com os cientistas tateando no escuro para uma explicação. Essa é também uma perda de função como esperada pela hipótese da entropia genética. Da mesma forma para as taxas de vários cânceres que estão subindo rapidamente, com a expectativa de aumentar em 57 por cento nos próximos vinte anos,[3] com alguns responsabilizando o aumento da longevidade/tempo de vida, enquanto outro grupo prevê algo semelhante[4] mas responsabiliza a alimentação. A conclusão geral é a mesma: o genoma humano está perdendo sua capacidade de se afastar dos efeitos dos estilos de vida que levam ao câncer. Enquanto países como os Estados Unidos têm o maior sucesso em lidar com o tratamento, o problema mundial é pandêmico. Este é também um efeito de perda de função no genoma humano.

Que a flora e a fauna, incluindo os seres humanos, estão se extinguindo é algo que o pensador evolucionista deve negar a todo o custo, uma vez que prejudica e anula a hipótese evolutiva. Para o criacionista, no entanto, essa notícia se encaixa com as promessas e metas do Criador em que esta criação é uma realidade temporária e transitória. Ela nunca se destinou a durar para sempre, mas tinha uma esperança de vida finita incorporada na arquitetura.


Referências

  • Haldane, J. B. S., 1957 The Cost of Natural Selection. J. Genet. 55:511-524. Nota: O artigo de Haldane não é claro ou fácil de se entender, e tem sido uma fonte de muita confusão que permanece até hoje.
  • ReMine, W. J., 2005, Cost Theory and the Cost of Substitution — a clarification, Journal of Creation 19(1), 2005, pp. 113-125. Veja também o resumo de Don Batten na mesma edição, pp. 20-21, Haldane’s dilemma has not been solved.
  • ReMine, W. J., 2006. More Precise Calculations of the Cost of Substitution. Creation Research Society Quarterly 43(2):111-120. Como o artigo de ReMine de 2005, este artigo foi submetido para o periódico da corrente principal (isto é, evolutiva) Theoretical Population Biology, onde todos os revisores (três neste caso) não encontraram erros. Eles também o reconheceram como novo material (que não existe na literatura anterior). No entanto, eles o rejeitaram para publicação, alegando que ele não é um “avanço suficiente,” e que “há pouco interesse neste assunto hoje entre os biólogos populacionais; é um daqueles assuntos que se afundou quase além do rastreamento”.
  • The Biotic Message, por Walter ReMine, 1993, Saint Paul Science, publishers, 538 páginas (páginas 170-253, e 495-507). Este livro trouxe o dilema de Haldane para os leitores em geral.
  • Haldane's Dilemma, atualizações na internet feitas por Walter ReMine.

Ligações externas