Modelos do dilúvio
Modelos do dilúvio foram desenvolvidos com base em explicações teóricas dos mecanismos que foram efetivos em produzir o dilúvio de Noé. As teorias sugerem uma possível fonte das águas do dilúvio, que cobriram a Terra, e os processos geológicos por trás de sua recessão subsequente.
Base teórica
De acordo com a Bíblia, o dilúvio de Noé foi causado por uma ruptura de fontes subterrâneas e oceânicas, posteriormente acompanhadas por quarenta dias de chuva. Presume-se grandemente que as fontes do grande abismo foram o principal provimento das águas do dilúvio, que cobriram a terra.
"No ano seiscentos da vida de Noé, no mês segundo, aos dezessete dias do mês, naquele mesmo dia, se romperam todas as fontes do grande abismo, e as janelas dos céus se abriram, e houve chuva sobre a terra quarenta dias e quarenta noites." - Gênesis 7:11-12

Acredita-se que as "fontes do grande abismo" mencionadas na passagem acima são águas subterrâneas e oceânicas pré-diluvianas semelhantes às que existem ainda hoje de maneira remanescente. Desconhecido de muitos, muito da terra sob nossos pés reside sobre corpos massivos de água, como o aquífero de Ogallala. O Aquífero de Ogallala reside sob vários estados nos Estados Unidos, e fornece águas mananciais contínuas, como os famosos poços Artesianos (e outros gêiseres). Apesar de esses aquíferos estarem grandemente esgotados, hoje 40% da água potável nos Estados Unidos vem dessas antigas águas do solo. Pensa-se que outro corpo massivo de água sob o continente asiático seja maior que o Oceano Ártico.[1] Outros estudos revelam que pode na verdade haver muito mais água subterrânea, no manto da terra, que de todos os oceanos do mundo combinados.[2] O dilúvio possivelmente começou quando a crosta da terra foi quebrada, liberando água e magma subterrâneos. A terra existe agora como uma massa de placas, que pode não ter existido até que a crosta foi intencionalmente quebrada por Deus, liberando a água subterrânea.
Teoria do dossel
A teoria do dossel propõe que as janelas dos céus da passagem abaixo foram a fonte primária das águas do dilúvio. Nesta teoria, as águas foram mantidas na forma de um dossel de vapor ou no estado sólido no alto da atmosfera superior. O dossel teria sido formado durante a semana da criação e teria sido destruído no tempo do dilúvio. Os 40 dias de chuva teriam sido o resultado da condensação do vapor de água em água líquida de chuva. A quantidade de vapor de água era pra suprir água suficiente para cobrir as montanhas em 15 côvados de água acima delas.
"No ano seiscentos da vida de Noé, no mês segundo, aos dezessete dias do mês, naquele mesmo dia, se romperam todas as fontes do grande abismo, e as janelas dos céus se abriram, e houve chuva sobre a terra quarenta dias e quarenta noites." - Gênesis 7:11-12
Foi também proposto que esse dossel fornecia a proteção antes do dilúvio que possibilitava os longos períodos de vida.
Esta teoria já teve grande popularidade, mas não é defendida atualmente por criacionistas bem informados, devido a inúmeros problemas, tanto bíblicos como científicos.[3] Por exemplo, um dossel com uma quantidade de água para contribuir de forma significativa para o dilúvio teria um efeito estufa insuportável para a terra.[4]
Teoria das hidroplacas
- Artigo principal: Teoria das hidroplacas
A teoria das hidroplacas postula que todas as massas de terra foram posicionadas sobre vastos aquíferos no princípio da criação. Acredita-se que esses corpos massivos de água foram acionados para "irromper" e inundar a terra. Esta teoria ganhou muita credibilidade na comunidade criacionista devido aos esforços de Walt Brown e ao seu livro, intitulado In the Beginning: Compelling Evidence for Creation and the Flood.
Em uma série de câmaras subterrâneas interconectadas abaixo da crosta da terra, existia uma camada de água altamente pressurizada. No tempo do dilúvio, essas águas se romperam através da crosta como gêiseres quentes e de alta pressão bem acima da atmosfera. A crosta da terra se dividiu, formando o arranjo continental que temos agora. O piso do Oceano Atlântico subiu e no lado oposto da terra a crosta afundou formando o Oceano Pacífico. Onde as plataformas continentais em cada lado do Atlântico não se alinham para um "encaixe", ambas as plataformas continentais se alinham com a Cordilheira Meso-Atlântica, onde Brown afirma que a elevação inicial da crosta dividiu a crosta em uma direção norte/sul.
Embora seja uma teoria bastante popular, ela não encontra muito apoio entre geólogos criacionistas.
Tectônica de placas catastrófica
- Artigo principal: Tectônica de placas catastrófica
A Tectônica de Placas Catastrófica (TPC) compartilha algumas ideias da tectônica de placas, mas em uma escala muito mais rápida. Durante o dilúvio, a viscosidade do manto foi reduzida em várias magnitudes, fazendo com que as placas oceânicas pré-diluvianas afundassem no manto profundo. Isso levantou correntes no manto que separaram as massas continentais anteriores, espalhando-as ao longo da superfície da terra. As massas da placa oceânica anterior parariam de afundar ao chegar no fundo do manto. A viscosidade do manto se reverteria ao normal, as correntes do manto parariam de se mover no ritmo anterior e os continentes parariam de se mover também na velocidade anterior.
Essa atividade violenta causaria inundações massivas de tsunamis. Jatos de vapor a partir do manto exposto de alta temperatura subiriam acima da atmosfera. Vapor de água condensado iria chover sobre o planeta. Os pisos oceânicos recentemente expostos estariam mais elevados, inundando os continentes.
Esta é a teoria mais forte entre cientistas e geólogos criacionistas, mas ela também tem seus críticos. A remoção do calor criado pelo processo é um problema frequentemente apontado, mas há soluções propostas para isso.[5]
Vídeos
Notas
- ↑ Ker Than, Huge 'Ocean' Discovered Inside Earth, LiveScience, 28 de fevereiro de 2007.
- ↑ Alexander Williams, Oceanos lá embaixo?
- ↑ Bodie Hodge, What Is the State of the Water Vapor Canopy Model?, The New Answers Book 4, capítulo 13.
- ↑ Jonathan Sarfati, Were “the waters above” a vapour canopy? Creation 43(1):52–54, janeiro de 2021.
- ↑ Russell Humphreys, New Mechanism for Accelerated Removal of Excess Radiogenic Heat, Proceedings of the Eighth International Conference on Creationism, 2018, Creation Science Fellowship, pp. 731–739.
Ligações externas
- What about continental drift?, The Creation Answers Book, capítulo 11.
- Noah’s Flood—what about all that water?, The Creation Answers Book, capítulo 12.
- Flood models and biblical realism por Jonathan Sarfati, Journal of Creation 24(3):46–53, dezembro de 2010.
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