Filosofia

De CriaçãoWiki, a enciclopédia da ciência da criação.
(Redirecionado de Filosofias)
Saltar para a navegaçãoSaltar para a pesquisa
Afresco de Raphael (1509) mostrando Platão e Aristóteles. Platão está apontando para o céu e Aristóteles em direção à Terra.

A Filosofia envolve o uso da razão, da lógica e da argumentação na busca da verdade e do conhecimento da realidade. É uma investigação sistemática das questões fundamentais sobre a natureza da realidade (metafísica), a justificação da crença (epistemologia) e a conduta de vida (ética), entre outras coisas. Ela se concentra principalmente nas causas e na natureza das coisas e dos princípios que regem a existência, o universo material, a percepção de fenômenos físicos e o comportamento humano.

A filosofia pode ser baseada espiritualmente ou fisicamente. A natureza da filosofia é em si mesma uma questão filosófica que os filósofos entenderam e trataram de maneiras diferentes ao longo das eras. Colocando de maneira simples, ela é o amor, o estudo ou a busca da sabedoria ou conhecimento das coisas e de suas causas, sejam elas teóricas ou práticas. Como tal a filosofia leva a, ou é também definida como, uma crença (ou sistema de crenças), que é aceita como autoritativa por algum grupo ou escola. Para as religiões monoteístas, ela é o estudo de toda a sabedoria em sua fonte (Deus), e dos princípios da natureza como o resultado da criação.

O termo filosofia deriva de uma combinação das palavras do grego philos e sophia, que significam "amor" e "sabedoria", respectivamente. Assim, um filósofo é um "amante da sabedoria".

A filosofia tem a peculiaridade de mudar periodicamente os seus próprios terrenos, mas sempre na direção de afirmar ou pelo menos buscar o ponto de vista de maior generalidade e importância.[1]

Componentes da Filosofia

Seja lidando com a filosofia da religião, do comportamento social, da ciência ou qualquer outra, há um número de componentes ou ramos que são vistos como partes integrais da filosofia de alguém. Estes incluem a ontologia, a epistemologia e a axiologia.

Metafísica

Artigo principal: Metafísica

A metafísica é o ramo da filosofia que estuda os princípios por trás ou a natureza da realidade e a origem e estrutura dos tipos de categorias últimas desses conceitos. Ela está preocupada com o estudo dos Primeiros Princípios (aqueles que não podem ser deduzidos de quaisquer outros) e do ser. Definida como tal ela é diferente da epistemologia filosófica e assim não está em relação com o estudo do conhecimento. A metafísica envolve o pensamento sobre conceitos abstratos que não estão no nível empírico de entendimento encontrado na metodologia científica. Isso inclui tópicos como a mente e o corpo, ou o que é chamado dentro da filosofia de o problema da mente-corpo. Também há tópicos existenciais como o ser, não-ser e a existência, normalmente trazidos ao foco pela ontologia. Adicionalmente, o livre arbítrio e o teísmo são considerados tópicos metafísicos. Pensa-se que o teísmo clássico expressa características centrais do conceito cristão de Deus ao longo de sua história como uma filosofia e assim o Cristianismo é metafísico. A metafísica, porém, no sentido filosófico mais amplo, fora do teísmo cristão, também interage com evidências empíricas através da razão e da lógica, transcendendo além da realidade física do espaço-tempo.

Ontologia

Artigo principal: Ontologia

A ontologia está intimamente conectada com a metafísica no que diz respeito à natureza e as relações do ser e da existência especificamente. Essencialmente a teoria do ser ou o estudo da existência. Ontologistas não necessariamente se engajam em tentar definir o que é existir mas antes abordam de forma abrangente o que realmente existe. A ontologia não lida com os específicos da existência como ver se uma espécie de ave está existindo, nem mesmo aborda a categoria mais ampla de aves. A ontologia na verdade lida com noções de se qualquer coisa sequer existe, imaterial, material, propriedades e relações, mundos possíveis e coisas semelhantes são todos áreas de estudo da ontologia.[2] É impossível fazer ciência sem pressupor algum tipo de ontologia metafísica. Por exemplo, teístas e ateus mantêm uma ontologia muito diferente. Enquanto os primeiros veem o cosmos como uma construção ordenada de um ser divino, e o ser humano constitui uma realidade imaterial, os últimos (ateus) assumem o universo como sendo apenas matéria e caos aleatório. Semelhantemente, o evolucionista percebe a humanidade como sendo nada mais que um animal, enquanto o criacionista considera a humanidade como criada à imagem de Deus.[3] Visões ontológicas fornecem uma parte de uma suposição subjacente (filosofia) que governa teorias da ciência que pretendem interpretar algum aspecto do mundo natural.

Epistemologia

Artigo principal: Epistemologia

A Epistemologia é a teoria do conhecimento e um ramo central da filosofia que lida com limites, fontes e métodos do conhecimento. De acordo com a epistemologia tradicional, o conhecimento requer apenas Crença Verdadeira Justificada (CVJ). Uma objeção popular é que para haver graus variados de intensidade de crença sobre o conhecimento, desde o cauteloso ao convicto. Um grau particular de crença então pode ser o que é requerido para o conhecimento, não apenas uma Crença Verdadeira Justificada.[4] Pode também haver crenças práticas mas estas são baseadas mais em uma atitude positiva ao invés de em justificação epistêmica..[5] Proposições são fundamentais e os objetos de crença dentro da epistemologia. Uma verdadeira crença em uma proposição não é o mesmo que ter Crença Verdadeira Justificada (CVJ). Em oposição a mera crença verdadeira, uma CVJ dentro da epistemologia tradicional foi submetida à verificação evidencial dentro de um ambiente intelectual propício para função cognitiva adequada. Quando a proposição é verificada ela se converte em uma CVJ e então é frequentemente referida como tendo passado pela análise tripartite.[6]

Axiologia

Artigo principal: Axiologia

A axiologia é o componente da filosofia envolvido com o estudo da natureza dos valores e julgamentos de valor ou dignidade. A axiologia bíblica é o ramo da teologia que lida com a natureza e tipos de valor, como a lei, a ética, a conduta, a ordem e a moralidade. Em Mateus 22:36-40 Jesus disse que todas as leis dependem dos mandamentos de amar o seu Deus e o seu próximo. Portanto, o amor é a base para uma axiologia bíblica.

Ciência e filosofia

A ciência natural começou como uma forma de filosofia, chamada "filosofia natural" ou "filosofia experimental". No século XIX, o termo "ciência natural" foi cada vez mais usado e a ciência foi vista como separada da filosofia uma vez que os métodos e objetivos da ciência haviam se tornado suficientemente distintos daqueles da filosofia tradicional.

Hoje em dia, os cientistas frequentemente ridicularizam a filosofia como "inútil" e os filósofos como pessoas que não podem concordar em nada. Ironicamente, os filósofos principais do século XX deram à ciência tratamento preferencial em suas filosofias naturalistas.

A ciência é frequentemente vista como pressupondo uma filosofia particular mas esse não é o caso. A ciência é primariamente uma disciplina prática; seu padrão é a utilidade ou "o que quer que funcione". É apenas quando a ciência é afirmada como verdadeira que ela se torna uma filosofia, chamada realismo científico. Então ela tem que competir com outras filosofias, algo que os cientistas são relutantes em fazer.

Em resumo, a filosofia se preocupa com o que é a verdade e a ciência com o que funciona.

Ciência e religião

A religião se preocupa com o que se crê ou deve ser crido. A ciência pode ser praticada por pessoas com diferentes sistemas de crença; não há qualquer necessidade de uniformidade de crença entre cientistas. A filosofia provê uma disciplina na qual pessoas de diferentes crenças podem buscar terreno comum.

A ciência da criação é frequentemente retratada como uma "religião" se colocando em conflito com a "ciência". De acordo com esse ponto de vista, a ciência da criação é religiosa, ao invés de científica, porque ela brota da Bíblia, um "livro religioso". A aceitação da criação é portanto "pela fé", e não pela aplicação do método científico. Por exemplo, a National Academy of Sciences escreveu:

Oposição religiosa à evolução impulsiona o antievolucionismo. Embora os antievolucionistas falem da boca pra fora sobre os supostos problemas científicos da evolução, o que os motiva a lutar contra o seu ensino é a apreensão sobre as implicações da evolução para a religião.[7]

Além de ser um exemplo de falácia genética, esta afirmação confunde a prática da ciência com o que as pessoas creem sobre a ciência.

Alternativamente, outros, incluindo cientistas criacionistas, atribuem o conflito entre as teorias a variadas pressuposições filosóficas que, como argumentam, afetam a interpretação da evidência feita pelo cientista.

Por exemplo, David Bergman, um físico criacionista, atribui o conflito a duas cosmovisões fundamentalmente diferentes: de um lado, o atomismo, que exclui a ação sobrenatural no universo e mantém que eventos aleatórios ocorrem na natureza; de outro lado, o criacionismo, que mantém que o universo depende de Deus para sua existência, e que as leis da natureza são um resultado de seu projeto e plano. A evolução, ele argumenta, é meramente uma iteração moderna da antiga filosofia de Lucrécio articulada em sua obra, Sobre a Natureza das Coisas.[8]

Nesta visão, a ciência da criação não é uma "não-ciência" oposta à "ciência" da evolução. Ao invés disso, ambas são "ciências" que estão enraizadas em filosofias opostas, de modo que os mesmos métodos e a mesma evidência levam a conclusões opostas devido às suposições filosóficas subjacentes do cientista.

A ciência da criação está relacionada com o design inteligente, que difere em que seus proponentes afirmam não fazer suposições teológicas, e o design inteligente não necessariamente se opõe à evolução. Críticos notam que o movimento do design inteligente foi iniciado por muitos dos mesmos indivíduos que previamente estavam fazendo campanha para o criacionismo após tentativas de se ter a ciência da criação em escolas públicas encontrar grande oposição devido a questões de separação constitucional de estado e igreja nos Estados Unidos.

A comunidade científica principal considera a ciência da criação como sendo propaganda anti-ciência motivada pela religião. As motivações religiosas dos cientistas da corrente principal são normalmente ignoradas, embora cientistas principais como Richard Dawkins estejam defendendo abertamente a religião ateísta.

Filósofos notáveis

  • Platão
  • Aristóteles
  • Al-Ghazali
  • Maimônides
  • Aquino
  • Duns Scotus
  • Leibniz
  • Samuel Clarke
  • Reginald Garrigou-Lagrange
  • Mortimer Adler
  • William Lane Craig
  • Richard Swinburne
  • Alvin Plantinga
  • Peter van Inwagon

Referências

  1. Randall Collins, The Sociology of Philosophies: A Global Theory of Intellectual Change (Harvard University Press, quarta edição, 2002), pg. 19
  2. John W. Carroll e Ned Markosian, An Introduction to Metaphysics (Cambridge University Press 2010), pg. 12
  3. Gênesis 1:26
  4. Noah Lemos, An Introduction to the Theory of Knowledge (Cambridge University Press, 2007), pg. 8
  5. Noah Lemos, An Introduction to the Theory of Knowledge (Cambridge University Press, 2007), pg. 13
  6. J. P. Moreland e William Lane Craig, Philosophical Foundations for a Christian Worldview (IVP Academic, 2003), pg. 74
  7. Scott, Eugenie C. "Antievolutionism and Creationism in the United States." National Center for Science Education, 13 de fevereiro de 2001. Acessado em 22 de agosto de 2008.
  8. Bergman, David L. "Conflict of Atomism and Creationism in History." Common Sense Science, 3 de junho de 2002. Acessado em 22 de agosto de 2008.

Ligações externas