Deus
Deus é a única divindade Onipotente, Onisciente e Onipresente — o único Criador e Regulador do universo.
Ele tem muitos nomes e títulos, mais notadamente Javé ou Jeová (hebraico: יהוה, Yāhwēh; grego: Ἰαουέ, Iaouē; latim: Iahveh) e Senhor (hebraico: אֲדֹנָי, ʼAḏōnāy) no Judaísmo e no Cristianismo. A maioria dos teístas assegura que Deus é perfeito, Onipotente, Onisciente, e benevolente. Perguntas com relação à existência e natureza de Deus recaem no ramo da filosofia conhecido como metafísica.
Monoteísmo
As religiões monoteístas têm em comum uma doutrina sagrada: de que Deus é um só e há um só Deus, por definição. Durante os tempos bíblicos, este ponto de vista era mantido exclusivamente pelos hebreus, e estava em forte contraste com as religiões politeístas (de muitos deuses) praticadas pelas culturas grega, egípcia, cananita, babilônica e persa.
Referências no Antigo Testamento
A aliança estabelecida entre Deus e Israel é dependente do reconhecimento, pelo seu povo, de que Deus é o único Deus, e fortes advertências foram dadas no Antigo Testamento contra a fabricação e adoração de ídolos - uma prática que era comum na época, mesmo entre os israelitas.
"Não vos volteis para os ídolos, nem façais para vós deuses de fundição. Eu sou o SENHOR vosso Deus." - Levítico 19:4
A importância desta lei é ilustrada pelo fato de ser o primeiro dos Dez Mandamentos dados a Moisés. Deve-se notar que os "outros deuses", contra os quais se adverte aqui, não são deuses em si, mas substitutos de Deus (ídolos), demônios ou simplesmente mitologias.
"Não terás outros deuses diante de mim." - Êxodo 20:3
"Ouve, ó Israel; o SENHOR nosso Deus é o único SENHOR." - Deuteronômio 6:4
"Assim diz o SENHOR, Rei de Israel, seu Redentor, o SENHOR dos Exércitos: Eu sou o primeiro, e eu sou o último, e fora de mim não há Deus." - Isaías 44:6
Referências no Novo Testamento
O Novo Testamento também ecoa este mesmo tema central.
"Ora, no tocante às coisas sacrificadas aos ídolos, sabemos que todos temos ciência. A ciência incha, mas o amor edifica. Se alguém cuida saber alguma coisa, ainda não sabe como convém saber. Mas, se alguém ama a Deus, esse é conhecido dele. Quanto, pois, ao comer das coisas sacrificadas aos ídolos, sabemos que o ídolo nada é no mundo, e que não há outro Deus, senão um só." - 1Coríntios 8:1-4
Trindade
A Trindade de Deus é central para o Cristianismo e é utilizada para descrever a crença de que Deus é Pai, Filho e Espírito Santo. Ela é derivada do latim Trinitas, ou seja, "Trindade". Nem a palavra "Trindade" nem qualquer equivalente ocorrem na Bíblia, mas a doutrina é derivada logicamente de muitas declarações espalhadas por toda a Escritura.
A Bíblia ensina que Deus é realmente um Deus, mas que há três Pessoas distintas para o mundo que são Jesus Cristo, sendo o Filho de Deus, o Pai, e o Espírito Santo. O Espírito Santo é para ser aceito na vida de uma pessoa pela fé na vida, morte e ressurreição de Cristo, e como tal é considerado como Deus.
Nomes
O antigo nome hebraico de Deus é a palavra de quatro letras YHWH (hebraico: יהוה, Yāhwēh), a que os estudiosos bíblicos se referem como o Tetragrammaton ou Tetragrama Sagrado (grego: Τετραγράμματον, Tetragrammaton; "palavra de quatro letras").
Após o exílio na Babilônia, uma tradição surgiu entre os judeus de que o nome de Deus não deveria ser pronunciado, para evitar quebrar o mandamento de tomar o nome de YHWH em vão; nos tempos do Novo Testamento, ele era pronunciado somente uma vez ao ano, pelo sumo sacerdote. Para essa finalidade, as vogais foram removidas da palavra (reduzindo-a às suas quatro consoantes), de forma a impedir que um leitor acidentalmente dissesse a palavra. Entre os leigos, tornou-se costumeiro dizer, ao invés, "Adonai" ("o Senhor"). Quando os pontos simbolizando as vogais foram adicionados ao texto das Escrituras, os pontos para as vogais de "Adonai" eram às vezes escritos dentro da palavra "YHWH", de forma a recordar o leitor de dizer "Adonai". Após a destruição de Jerusalém e a dispersão dos judeus pelas nações, a pronúncia verdadeira se perdeu.
Na época da tradução King James da Bíblia, os estudiosos traduziram o Tetragrammaton usando as consoantes seguindo o caminho hebraico-latim-inglês que era comum na época (por exemplo, o hebraico "י" era traduzido para o latim "I", que era traduzido para o inglês "J"), resultando na combinação de consoantes "JHVH". A isso eles adicionaram os pontos representando as vogais "Adonai" com as consoantes de "YHWH" (parece que os tradutores não estavam a par das origens daquele costume judaico). O resultado foi a palavra inglesa Jehova, ainda usada em muitos círculos. A pesquisa acadêmica moderna, trabalhando diretamente com manuscritos hebraicos melhores, agora acredita que Yavé está provavelmente mais próximo da pronúncia original.

O nome YHWH declara Deus como aquele que existe por si mesmo, aquele que tem vida em si mesmo e de quem toda existência é derivada.
"Então Moisés disse a Deus, “Eis que quando eu for aos filhos de Israel, e lhes disser, ‘O Deus de vossos pais me enviou a vós’; e eles me perguntarem, ‘Qual é o seu nome?’ Que lhes direi?” Respondeu Deus a Moisés, “EU SOU O QUE SOU”: Disse mais, “Assim dirás aos olhos de Israel, ‘EU SOU me enviou a vós.’ E Deus disse mais a Moisés, “Assim dirás aos filhos de Israel, ‘O SENHOR, o Deus de vossos pais, o Deus de Abraão, o Deus de Isaque, e o Deus de Jacó, me enviou a vós’: este é o meu nome eternamente, e este é o meu memorial de geração em geração.”" - Êxodo 3:13-15
No hebraico, EU SOU O QUE SOU é אהיה אשר אהיה, ʼẸhyẹh ʼAshẹr ʼẸhyẹh.
YHWH é o nome que Deus usa em sua aliança de relacionamento com o Seu povo:
"Falou mais Deus a Moisés, e disse-lhe, Eu sou o SENHOR: Apareci a Abraão, a Isaque e a Jacó, como o Deus Todo-Poderoso; mas pelo meu nome, Yavé, não lhes fui conhecido." - Êxodo 6:2-3
YHWH ocorre mais de 6.000 vezes no Antigo Testamento. Nas traduções modernas, é freqüentemente escrito como "SENHOR", usando letras maiúsculas reduzidas. Ocasionalmente, as frases "Yahweh Adonai" ou "Yah Yahweh" são utilizadas e as traduções podem dizer "o Senhor DEUS".
Na Septuaginta, YHWH foi traduzido pela palavra grega Κύριος, Kyrios, que significa "Senhor", e que é usada em todo o Novo Testamento. A palavra Κύριος também foi usada pelo imperador, e a declaração de que "Jesus é Senhor" era uma contradição direta de "César é Senhor". Deve-se enfatizar que ambas as frases eram afirmações de divindade. Quando um crente fazia aquela declaração, ele estava denunciando a afirmação de que o imperador era um deus, e afirmando que Jesus é que é Deus.
Existência
Por incontáveis gerações, muitos argumentos que tentam provar ou disprovar a existência de Deus foram formulados por teólogos, filósofos, cientistas, pensadores e intelectuais. Até a data presente, a existência de Deus ainda é debatida.
Há um punhado de argumentos que tentam provar a existência de Deus. O argumento cosmológico, com suas diversas versões, é um argumento muito importante no teísmo, como também na filosofia da religião. O argumento causal afirma que, como tudo que se inicia necessita ter uma causa, da mesma forma toda existência. Como recuar infinitamente no tempo não é possível, deve ter havido uma causa inicial; esta primeira causa não foi causada por nada mais e chama-se Deus. Existe também o argumento ontológico que afirma que, se é possível imaginar um ser como Deus, então o ser deve existir.
O argumento do design inteligente (frequentemente chamado de argumento teleológico) tem estado em uso desde a época dos antigos gregos, mas foi Tomás de Aquino que o tornou famoso em sua obra Summa Theologica. A versão mais antiga do argumento do design afirma que as coisas vivas demonstram sinais de ter havido um projeto e portanto devem ter sido projetadas por um Projetista, Deus.
A forma moderna do argumento do design é denominada princípio antrópico (ou argumento do Ajuste Fino) e lida mais com a astronomia e a física do que com a biologia, devido às descobertas mais recentes no campo da cosmologia, da mecânica quântica e da astrofísica. Ele postula que, já que o universo, com todas as suas leis e constantes, o sistema solar, incluindo o tipo de estrela e disposição dos planetas, e a terra, incluindo o seu tamanho e composição, possibilitam a existência da vida dentro de margens de erro tão estreitas, deve existir então um Projetista divino.
Referências
- Loving God with All Your Mind: Logic and Creation por Jonathan D. Sarfati para o Creation Ministries International
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