Complexidade irredutível
A Complexidade Irredutível (CI) é um teste conceitual para componentes ou sistemas inteligentemente projetados. Afirma-se que se um sistema não pode ser reduzido a menos componentes e ainda manter a funcionalidade, então não poderia ter evoluído pela montagem gradual de componentes ao longo de gerações sucessivas.
O conceito foi popularizado pelo bioquímico Michael Behe, da Lehigh University, em seu livro de 1996, A Caixa Preta de Darwin. Teóricos do design inteligente argumentam que, embora alguns sistemas possam ser explicados pela evolução, aqueles que são irredutivelmente complexos devem ter sido montados por um agente inteligente.
Existem muitos exemplos de máquinas moleculares, tais como o flagelo bacteriano, que são compostos de numerosos fatores. Behe aponta corretamente que essas máquinas são irredutivelmente complexas em que, se qualquer parte for removida, a função em questão seria instantaneamente perdida. Como poderia, então, tal máquina ser desenvolvida gradualmente, se ela não vai funcionar em qualquer grau selecionável até que todas as suas partes estejam presentes em sua devida ordem?
Darwin
Darwin sabia que sua teoria da evolução gradual pela seleção natural carregava um pesado fardo:
“ | Se pudesse ser demonstrado que existe algum órgão complexo que não poderia ter sido formado por numerosas, sucessivas e ligeiras modificações, minha teoria seria totalmente invalidada. Mas eu não posso encontrar nenhum caso.[1] | ” |
Definições
O termo "complexidade irredutível" foi definido originalmente por Behe como sendo:
“ | Um sistema único que é composto de várias partes que interagem que contribuem para a função básica, e onde a remoção de qualquer uma das partes faz com que o sistema efetivamente pare de funcionar. Um sistema irredutivelmente complexo não pode ser produzido gradualmente por modificações suaves e sucessivas de um sistema precursor, pois qualquer precursor de um sistema irredutivelmente complexo é, por definição, não funcional. Uma vez que a seleção natural requer uma função para selecionar, um sistema biológico irredutivelmente complexo, se existe tal coisa, teria de surgir como uma unidade integrada para que a seleção natural tivesse algo para agir sobre ele. É quase universalmente concedido que tal evento súbito seria irreconciliável com o gradualismo que Darwin imaginou. Neste ponto, no entanto, "irredutivelmente complexo" é apenas um termo, cujo poder reside majoritariamente em sua definição. Devemos agora perguntar se qualquer coisa real é na verdade irredutivelmente complexa e, se assim for, então, se existem quaisquer coisas irredutivelmente complexas que são sistemas biológicos também.[2][3] | ” |
William Dembski, outro defensor do design inteligente, dá esta definição:
“ | Um sistema que executa uma função básica é irredutivelmente complexo se ele inclui um conjunto de partes individualizadas de forma não arbitrária, bem-combinadas, que interagem mutuamente, de forma que cada parte no conjunto é indispensável para manter a função básica, e portanto original, do sistema. O conjunto destas partes indispensáveis é conhecido como o núcleo irredutível do sistema.[4] | ” |
Complexidade irredutível x Complexidade cumulativa
De acordo com Dembski, a complexidade irredutível deve ser contrastada com a complexidade cumulativa. Um sistema é cumulativamente complexo se os componentes do sistema podem ser arranjados sequencialmente de tal forma que uma remoção sucessiva de componentes nunca leve a uma completa perda de função.[5]
Vídeos
- A Complexidade Irredutível.
Referências
- ↑ Darwin, Charles (1872) Origin of Species 6ª ed (1988), p.154, New York University Press, New York.
- ↑ Michael Behe. Molecular Machines: Experimental Support for the Design Inference. Página visitada em 9 de Julho de 2012.
- ↑ Behe, Michael J. Darwin´s Black Box: The Biochemical Challenge to Evolution. New York: Touchstone/Simon & Schuster, 1996. p. 39-40. ISBN 0-684-83493-6
- ↑ Dembski, William. No Free Lunch: Why Specified Complexity Cannot Be Purchased without Intelligence. [S.l.]: Rowman & Littlefield Publishers, 2007. p. 285. ISBN 0-74255810-X
- ↑ Dembski, William A. Intelligent Design: The Bridge Between Science & Theology. Downers Grove, Illinois: IVP Academic, 1999. ISBN 0-8308-2314-X
Links relacionados
- Evidence for Intelligent Design from Biochemistry by Dr. Michael Behe
- Irreducible Complexity Revisited by William Dembski. PCID Volume 3.1, November 2004
- Argument: ‘Irreducible complexity’ by Jonathan Sarfati
- Evolving the Irreducible: Behe's Mousetrap Problem by Sean D. Pitman M.D.
- Behe's Reply to his Critics
Ver também
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