Virologia
A virologia envolve o estudo dos vírus, a sua ecologia, classificação e estrutura.[1] Aqueles que escolhem este campo de trabalho são referidos como virologistas.
Virologistas
Os virologistas estudam, pesquisam, e às vezes encontram vacinas para vírus. Os virologistas podem ter níveis diferentes. Os níveis são de 0-4 sem o nível um. Estes níveis medem a nocividade dos vírus que os virologistas trabalham. Virologistas do nível 0 lidam com vírus, como o resfriado comum. O nível 3 envolve vírus como o da AIDS. O nível 4 lida com os vírus mais perigosos. Estes incluem o Marhburg, o Ebola e o Hanta. Os vírus do nível 4 exigem mais proteção. Os virologistas que lidam com esses tipos de vírus devem usar vestimentas de biossegurança. Há apenas duas unidades de nível 4 no interior os EUA, que têm a capacidade de estudar esses tipos de vírus. Os Centros para Controle e Prevenção de Doenças (CDC) em Atlanta e o The United States Army Medical Research Institute para as doenças infecciosas (USAMRIID) que tem suas instalações em Maryland.
Os virologistas poderão trabalhar em locais variados. Esses locais podem variar de uma floresta tropical na África, a um hospital local, e até mesmo um laboratório de nível quatro. Os virologistas podem até ajudar a desenvolver vacinas, enquanto trabalham para as empresas farmacêuticas.
Apesar das tentativas para compreender o crescimento de vírus em células ocupa a maior parte dos esforços de virologistas em anos recentes, os vírus são ainda uma das principais causas de doenças humanas.[2]
Formação
Para se tornar um virologista é preciso ir à escola por vários anos. A quantidade de anos depende do campo de virologia. Os virologistas devem estudar diversas áreas da ciência. Estas incluem epidemiologia, microbiologia, química, biologia molecular e virologia.
Salários
O salário de virologistas varia muito. Os fatores que afetam salário incluem, mas não podem ser limitados a: o nível de risco-biológico, a pesquisa feita, viagens necessárias, e o empregador. O salário pode variar de cerca de US $30.000 a mais de US $100.000 por ano nos Estados Unidos.[3]
Métodos usados em virologia
Cultivo de vírus
Uma grande variedade de procedimentos tem sido desenvolvido para o cultivo de vírus. Na grande maioria dos casos, é necessário para suprir o vírus com as células adequadas em que se possa replicar. Em alguns casos é possível o cultivo de vírus em sistemas sem a presença de células.[4] Em vírus de animais, o sistema de cultura para o crescimento de um vírus é constituído por células vivas e a escolha permanece entre os três tipos de sistemas de cultura: em animais vivos, em uma cultura de órgãos (por exemplo, pedaços de cérebro) ou em culturas de células. Estes últimos são divididos entre três tipos de culturas de células: células primárias, linhas de células e linhas celulares permanentes.[5] Antes do advento da cultura de células, muitos vírus eram propagados em ovos embrionados de galinha.[6]
Isolamento de vírus
Os vírus podem ser isolados a partir de um hospedeiro infectado pela colheita de material excretado ou secretado, sangue ou tecidos e testes para induzir os mesmos sintomas em um hospedeiro idêntico, ou pela indução de alguma patologia anormal num hospedeiro substituto ou em cultura de células.[1]
Centrifugação
Após o vírus ter sido propagado, é geralmente necessário se remover os contaminantes antes da amostra ser estudada em laboratório. Um dos métodos mais comuns para isso é a centrifugação. A centrifugação pode ser diferencial, ou por gradiente de densidade.[4]
Técnicas eletroforéticas
Detecção de vírus e componentes de vírus
Uma questão importante é a capacidade de reconhecer uma infecção viral no hospedeiro. Inicialmente, como o vírus são reconhecidos por sua infecciosidade, os métodos iniciais focavam sobre esta propriedade, mais sensível e informativa. Mais recentemente, técnicas de biologia molecular têm sido desenvolvidas.[6]
Ensaios infecciosos
Um ensaio infeccioso mede a concentração (conhecida como o título, em inglês titre) do vírus infeccioso numa amostra ou em uma preparação.[4] Existem várias classes de ensaios que medem número de unidades infecciosas. Entre eles, o ensaio de placa, o ensaio foco-fluorescente, o ensaio de centro infeccioso, o ensaio de transformação e o ensaio de diluição de ponto de extremidade entre outros.[6]
Genética de vírus
A genética de vírus envolve um úmero de questões como sequenciamento de genomas, manipulação de genomas virais e a investigação da função e expressão de genes.[4] O estudo do genoma envolve outras questões importantes, tais como o estudo da deriva genética e deriva antigênica. Um exemplo é o vírus influenza sujeito, tanto à deriva genética quanto à deriva antigênica.[7]
Campos
Os campos de virologia incluem:
- Epidemiologia
- Pesquisa de Campo
- Guerra Biológica
- Laboratório de Pesquisa
- Saúde Pública
- Educação e Pesquisa
- Determinação de Taxas de Saúde Comunitária
História
Ano | |
---|---|
1774 | O fazendeiro Benjamin Jesty vacinou os membros de sua família usando vaccina tomada de úbere de uma vaca infectada com varíola bovina para criar imunidade em sua família e escreveu sobre o que aconteceu. Edward Jenner estudou estes e outros eventos e tornou-se reconhecido como o primeiro a ter a intenção de vacinar para evitar doenças infecciosas. |
1885 | Louis Pasteur usou o termo "vírus" para descrever o vírus da raiva que ele usou em experimentos. Ele criou o termo "vacinação" e "vírus" para honrar Edward Jenner. Ele também criou uma base científica para seguir a abordagem de Edward Jenner de vacinação. |
1886 | John Buist tomou linfa de um paciente com varíola a partir de suas lesões cutâneas. Ele encontrou "corpúsculos elementares" nesta amostra de linfa. Esses corpos elementares na verdade eram partículas do vírus da varíola. |
1892 | Dmiti Iwanoski se tornou a primeira pessoa a distinguir a diferença entre vírus e outros agentes infecciosos. |
1898 | Martinus Beijerinick desenvolveu o conceito de que o vírus é uma entidade. Também em 1898 Freidrich Loeffler e Paul Frosch provaram que o vírus pode infectar tanto os animais quanto as plantas. |
1900 | Walter Reed descobriu que os mosquitos eram capazes de espalhar a febre amarela. |
1908 | Erwin Popper e Karl Landsteiner se tornaram as primeiras pessoas a descobrir que os humanos podem ser infectados por vírus. |
1911 | Francis Peyton Rous se tornou o primeiro provar que um vírus tinha a capacidade de causar câncer. |
1915 | Frederick Twort encontrou vírus que podem infectar bactérias. |
1917 | Felix d'Herelle criou o termo bacteriófago para descrever os vírus que podem infectar bactérias. |
1935 | Wendell Stanley demonstru que o vírus do mosaico do tabaco pode ainda ser infeccioso, mesmo após a cristalização. Suas obras tornaram-se o primeiro passo para caracterizar uma estrutura molecular de vírus. |
1938 | Max Theiler criou uma vacina para prevenir a febre amarela. |
1939 | Emory Ellis e Max Delbruck criaram a idéia de vírus de um ciclo de crescimento de um passo. |
1940 | Helmuth Ruska foi a primeira a tirar fotos de partículas do vírus usando um microscópio eletrônico. |
1941 | George Hirst se tornou o primeiro a criar um método rápido de medição de vírus eucarióticos. |
1945 | Salvador Luria e Alfred Hershey provaram que bacteriófagos tinham a capacidade de mutação. |
1949 | John Enders, Thomas Weller, e Frederick Robbins utilizaran uma cultura de tecido humano para o crescimento do vírus da poliomielite in vitro. |
1950 | André Lwoff e seus colegas criaram o termo profago pela descoberta de bacteriófagos lisogênicos no interior de Bacillus megaterium usando luz ultra-violeta. |
1952 | Renato Dulbecco demonstrou que os bacteriófagos são semelhantes aos vírus de animais na forma como eles podem formar placas. |
1957 | Heinz Fraenkel-Conrat e R.C. Williams demonstraram que as partículas de vírus se formam espontaneamente quando misturas de ARN TMV purificado e uma proteína de revestimento eram incubadas em conjunto. |
1961 | Sydney Brenner, Francois Jacob, e Matthew Meselson demonstraram que a síntese de proteínas do vírus era dirigida pelo bacteriófago T4 utilizando ribossomas de células hospedeiras. |
1963 | Baruch Blumberg encontraram o vírus HBV (vírus da hepatite B) |
1967 | Nark Ptashne isolaram e estudaram a proteína repressora. Também em 1967, Theodor Diener descobriu os viróides. |
1970 | Howard Temin e David Baltimore encontraram a transcriptase reversa em retrovírus. |
1975 | Bernard Moss, Aaron Shatkin, e os seus colegas demonstraram que o processamento correcto durante a tradução é afetado pelo ARN mensageiro contendo um tampão de nucleótidos na extremidade 5'. |
1976 | J. Michael Bishop e Phillip Sharp descobrem o splicing do gene. |
1979 | O vírus da varíola foi declarado pela Organização Mundial da Saúde ter sido erradicado. |
1981 | Yorio Hinuma e os seus colegas descobriram pacientes com a leucemia em adultos de células T e o isolaram células T humanas de leucemia. |
1982 | Stanley Prusiner descobriu que o tremor epizoótico era causado por príons. |
1983 | Kuc Montaiguer e Robert Gallo anunciaram que tinham descoberto o HIV. |
1985 | O USDA deu a primeira licença para comercializar GMOs. |
1986 | Roger Beachy, Rob Fraley e os seus colegas ajudaram a proporcionar uma melhor compreensão da resistência das plantas aos vírus através da demonstração de que as plantas de tabaco que tinham formado a proteína de revestimento do vírus do mosaico do tabaco eram resistentes ao vírus TMV. |
1994 | Yuan Chang, Patrick Moore, e seus colegas haviam identificado o vírus do herpes humano 8. |
1999 | O número de casos de pessoas que tinham Aids ou HIV subiu para 33 milhões. |
Tipos de Doenças Virais

Referências
- ↑ 1,0 1,1 Condit, Richard C.. In: Knipe, David M.; Howley, Peter M.. Fields Virology. 5ª ed. New York: Lippincott Williams & Wilkins, 2006. Capítulo: 2 Principles of Virology, p. 25-58. ISBN 978-0-78176060-7
- ↑ Fields, Bernard N.; Knipe, David M. In: Fields, Bernard N.; Knipe, David M.; Chanock, Robert M.; Hirsch, Martin S.; Melnick, Joseph L.; Monath, Thomas P.; Roizman, Bernard. Fundamental Virology (em inglês). 2ª ed. New York: Raven Press, 1991. Capítulo: 1 Introduction, p. 3. ISBN 0-88167-683-7
- ↑ Virologists Author Unknown, Mainland CCTT, May 17, 2009
- ↑ 4,0 4,1 4,2 4,3 Carter, John; Saunders, Venetia. Virology: Principles and Applications. New Jersey: John Wiley & Sons, 2007. 358 p. p. 11-29. ISBN 978-0-470-02387-7
- ↑ Dimmock, N. J.; Easton, A. J.; Leppard, K. N.. Introduction to Modern Virology (em inglês). 6ª ed. Malden, MA/Garsington Road, Oxford: Blackwell Publishing, 2007. Capítulo: 2: Some Methods for Studying Animal Viruses, p. 18-19. ISBN 1-4051-3645-6
- ↑ 6,0 6,1 6,2 Flint, S. J.; Enquist, L. W.; Racaniello, V. R.; Skalka, A. M.. Principles of Virology: Molecular Biology, Pathogenesis, and Control of Animal Viruses (em inglês). 2ª ed. Washington, D.C.: ASM Press, 2004. Capítulo: 2: Virus Cultivation, Detection, and Genetics, 918 p. p. 30-44. ISBN 1-55581-259-7
- ↑ Webster, Robert. In: Esteban Domingo; Webster, Robert; Holland, John. Origin and Evolution of Viruses. San Diego: Academic Press, 1999. p. 378-379. ISBN 0-12-220360-7
- ↑ The History of Virology Autor desconhecido, Academic Press, 4 de maio de 2009
- ↑ Jäger, Joachim; Pata Janice D. In: Holzenburg, Andreas; Bogner, Elke. Structure-Function Relationships of Human Pathogenic Viruses. New York: Kluwer Academic/Plenum Publishers, 2002. Capítulo: 2.1: Viral RNA-Directed Polymerases:Structure and Function Relationships, p. 68-69. ISBN 0-306-46768-2
- ↑ Types of Viral diseases Autor deconhecido, wrongdiagnosis.com, 21 de Maio de 2009