Peitoral do juízo

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O peitoral do Sumo Sacerdote, o peitoral do juízo

O peitoral do juízo (hebraico: חושן משפט, Choshen Mishpat) também conhecido como o peitoral sacerdotal era um peitoral sagrado usado pelo Sumo Sacerdote para os israelitas (hebraico: כהן גדול, Kōhēn Gāḏōl), de acordo com o Livro do Êxodo. No relato bíblico, o peitoral é denominado o peitoral do juízo, porque o Urim e Tumim, pelo qual o Sumo Sacerdote verificava a vontade de Deus em qualquer assunto importante suscetível de afetar uma nação,[1] era colocado dentro dele (Êxodo 28:15 ).

Descrição

O peitoral do juízo era uma moldura de ouro quadrada com 12 jóias estabelecidas em quatro fileiras.[2] Cada pedra estava gravada com o nome de uma tribo de Israel. No peitoral eram colocados o Urim e Tummim (hebraico: האורים והתומים, haʾUrim vəhaTummim significando "luzes e perfeições") de modo que podiam estar sobre o coração de Arão, quando entrava diante do Senhor.[3] No livro do Êxodo, se pode ler a descrição do peitoral em duas passagens:

Farás também o peitoral do juízo, obra de artífice; conforme a obra do éfode o farás; de ouro, de azul, de púrpura, de carmesim, e de linho fino torcido o farás. Quadrado e duplo, será de um palmo o seu comprimento, e de um palmo a sua largura. E o encherás de pedras de engaste, em quatro fileiras: a primeira será de uma cornalina, um topázio e uma esmeralda; a segunda fileira será de uma granada, uma safira e um ônix; a terceira fileira será de um jacinto, uma ágata e uma ametista; e a quarta fileira será de uma crisólita, um berilo e um jaspe; elas serão guarnecidas de ouro nos seus engastes. Serão, pois, as pedras segundo os nomes dos filhos de Israel, doze segundo os seus nomes; serão como a gravura de um selo, cada uma com o seu nome, para as doze tribos. Também farás sobre o peitoral cadeiazinhas como cordas, obra de trança, de ouro puro. Igualmente sobre o peitoral farás duas argolas de ouro, e porás as duas argolas nas duas extremidades do peitoral. Então meterás as duas cadeiazinhas de ouro, de obra trançada, nas duas argolas nas extremidades do peitoral; e as outras duas pontas das duas cadeiazinhas de obra trançada meterás nos dois engastes, e as porás nas ombreiras do éfode, na parte dianteira dele. Farás outras duas argolas de ouro, e as porás nas duas extremidades do peitoral, na sua borda que estiver junto ao lado interior do éfode. Farás mais duas argolas de ouro, e as porás nas duas ombreiras do éfode, para baixo, na parte dianteira, junto ã costura, e acima do cinto de obra esmerada do éfode. E ligarão o peitoral, pelas suas argolas. Êxodo 28:15-28


Fez-se também o peitoral de obra de desenhista, semelhante ã obra do éfode, de ouro, azul, púrpura, carmesim e linho fino torcido. Quadrado e duplo fizeram o peitoral; o seu comprimento era de um palmo, e a sua largura de um palmo, sendo ele dobrado. E engastaram nele quatro fileiras de pedras: a primeira delas era de um sárdio, um topázio e uma esmeralda; a segunda fileira era de uma granada, uma safira e um ônix; a terceira fileira era de um jacinto, uma ágata e uma ametista; e a quarta fileira era de uma crisólita, um berilo e um jaspe; eram elas engastadas nos seus engastes de ouro. Estas pedras, pois, eram doze, segundo os nomes dos filhos de Israel; eram semelhantes a gravuras de selo, cada uma com o nome de uma das doze tribos. Também fizeram sobre o peitoral cadeiazinhas, semelhantes a cordas, obra de trança, de ouro puro. Fizeram também dois engastes de ouro e duas argolas de ouro, e fixaram as duas argolas nas duas extremidades do peitoral. E meteram as duas cadeiazinhas de trança de ouro nas duas argolas, nas extremidades do peitoral. E as outras duas pontas das duas cadeiazinhas de trança meteram nos dois engastes, e as puseram sobre as ombreiras do éfode, na parte dianteira dele. Fizeram outras duas argolas de ouro, que puseram nas duas extremidades do peitoral, na sua borda que estava junto ao éfode por dentro. Fizeram mais duas argolas de ouro, que puseram nas duas ombreiras do éfode, debaixo, na parte dianteira dele, junto ã sua costura, acima do cinto de obra esmerada do éfode. E ligaram o peitoral, pelas suas argolas Êxodo 39:8-21

As 12 jóias

Peitoral do Kohen ha-Gadol judeu (Sumo Sacerdote).

Infelizmente, o significado dos nomes hebraicos para as pedras preciosas, dado pelo texto massorético, não são claros, e apesar dos nomes que aparecem na Septuaginta serem mais claros, os estudiosos acreditam que eles não podem ser considerados absolutamente sobre este assunto, porque o peitoral tinha deixado de estar em uso no momento em que a Septuaginta foi escrita, e vários nomes gregos para várias pedras preciosas mudaram de significado entre a era clássica e os tempos modernos.

Primeira fileira

  • hebraico: אֹ֤דֶם, Odem (no texto massorético) / grego: σάρδιον, Sardios (na Septuaginta) - ambos os nomes significam vermelho. Provavelmente se refere a Cornalina. Josefo usa o termo sardônica (Ant. iii, 7, 6).[4] Odem também pode se referir a Cornalina, que era cor de carne, ou o Jaspe vermelho.[5]
  • hebraico: פִּטְדָה֙, Pit'dah (no texto massorético) / grego: τοπάζιον, Topazios (na Septuaginta) - A Septuaginta menciona o Topázio, mas a gema pode ser o Crisólito (Crisoberilo ou Olivina).[5] Jó disse que a sabedoria é mais valiosa do que o topázio de Cuxe (Etiópia) (Jó 28:19 ).[4]

Segunda fileira

  • hebraico: סַפִּ֖יר, Sapir (no texto massorético) / grego: σάπφειρος, Sapphiros (na Septuaginta) - apesar de parecer se referir a Safira pode ser o Zircão ou o Jacinto. Outro candidato, descrito por Plínio,[4] é o Lápis-lázuli (Ultramarina). De acordo com o Wycliffe Bible Commentary, é mais provável que seja o Lápis-lázuli.[5]
  • hebraico: וְיָהֲלֹֽם, Yahalom (no texto massorético) / grego: ἴασπις, Iaspis (na Septuaginta) - Alguns estudiosos têm sugerido que Yahalom pode referir-se aos diamantes. Alguns acreditam que a pedra possa ser a Sardônica.[4] Não há evidência de que o diamante era conhecido nos tempos antigos.[5]

Terceira fileira

  • hebraico: לֶ֥שֶׁם, Leshem (no texto massorético) / grego: λιγύριον, Ligurios (na Septuaginta) - Plínio descreveu o Ligurios como tendo certas propriedades elétricas, que um número de estudiosos tomaram a entender que se referia ao Âmbar. Alguns acreditam que era a Ágata, outros supõem que era o Jacinto e outros ainda acreditam que era a Opala ou a Ametista. De acordo com o Wycliffe Bible Commentary era ou Jacinto ou Quartzo-amarelo.[5]
  • hebraico: שְׁבֹ֖ו, Shevo (no texto massorético) / grego: ἀχάτης, Achates (na Septuaginta) - Achates certamente se refere a Ágata. Nomeada do rio Achates, Sicília, descoberta pela primeira vez pelos gregos.[4] Uma pedra vermelho opaco.[5]
  • hebraico: אַחְלָֽמָה, Ahlamah (no texto massorético) / grego: ἀμέθυστος, Amethystos (na Septuaginta) - Amethystos refere-se a Ametista.

Quarta fileira

  • hebraico: תַּרְשִׁ֥ישׁ, Tarshish (no texto massorético) / grego: χρυσόλιθος, Chrysolithos ou em outros locais grego: ἄνθραξ, Anthrax (significando Carvão) (na Septuaginta) - Tarshish é considerado por estudiosos para se referir a Társis. Chrysolithos poderia se referir a Lápis-lázuli ou poderia se referir a Topázio, Âmbar ou Berilo.[4] Possivelmente Jaspe amarelo.[5]
  • hebraico: שֹׁ֖הַם, Shoham (no texto massorético) / grego: βηρύλλιον, Beryllios ou em outros locais grego: ὀνύχιον, Onychion (na Septuaginta) - Beryllios refere-se a Berilo mas Onychion refere-se a Ônix. Também pode ser a Malaquita, de acordo com alguns estudiosos.
  • hebraico: יָשְׁפֵ֑ה, Yashfeh (no texto massorético) / grego: ὀνύχιον, Onychion (na Septuaginta) - O termo da Septuaginta Onychion é o termo grego para Onyx, Ônix. A jóia é variadamente identificada como um Rubi, como Zircão ou como uma Esmeralda. De acordo com o Wycliffe Bible Commentary, também pode ser o Jaspe verde.[5]

A Ordem das Tribos no Peitoral do Sumo Sacerdote

Ver também

Referências

  1. In: Douglas, J.D.; Tenney, Merril C. The New International Dictionary of the Bible. Grand Rapids, Michigan: Zondervan Publishing House, 1987. p. 1044-1045. ISBN 0-310-33190-0
  2. Birnbaum, Philip. Encyclopedia of Jewish Concepts. Revised edition ed. Brooklyn, New York: Hebrew Publishing Company, 1979. p. 236. ISBN 0-88482930-8
  3. Unger, Merrill F. In: Harrison, R. K.. The New Unger´s Bible Dictionary. Chicago: Moody Press, 1988. p. 1030. ISBN 0-8024-9037-9
  4. 4,0 4,1 4,2 4,3 4,4 4,5 4,6 Smith, William. Smith´s Bible Dictionary. Nashville: Holman Bible Publishers, 1979. p. 251. ISBN 0-87981-033-5
  5. 5,0 5,1 5,2 5,3 5,4 5,5 5,6 5,7 5,8 5,9 In: Pfeiffer, Charles P.; Harrison, Everett F. The Wycliffe Bible Commentary. Chicago: Moody Press, 1962. p. 78. ISBN 0-8024-9695-4